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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

CAIXA DE PANDORA


Interessante e bom de ler o artigo do Leandro Karnal, publicado hoje no Estadão. Trata das previsões para 2018, feitas por pessoas notáveis da sociedade brasileira.

Diz o filósofo Karnal: "Falar do futuro que ainda não existe é um exercício poético. Ficções e utopias são sempre documentos sobre o dia de hoje. Tratar de tendências ou perspectivas é algo acima do chute e abaixo da verdade."

Resumindo entre uma visão e outra:

O Juiz Marcelo Bretas com projeções de uma pátria proba e de uma geração de semeadores.

Fernando Gabeira, diminui a cor do item renovação dramática e indica o caminho mais desconfiado inclusive, sob a volta do crescimento.

O economista Gustavo Franco faz seu depoimento a partir do desejo-análise: maior ortodoxia e foco na classe média.

O economista José Roberto Mendonça de Barros, pensa menos na articulação de mando e mais na base dada pelo reaquecimento do comércio.

A empresária Luiza Helena Trajano, aposta na pressão da sociedade civil sobre as instâncias de decisão.

O banqueiro Luiz Carlos Trabuco, quase solta um suspiro aliviado pelo fim de 2017.

O médico Roberto Kalil Filho, fala da importância do SUS para a sociedade brasileira.

Atletas, parecem sair de uma fase de memória de dificuldades para uma esperança na área. Todos reclamam de forma sutil das entidades e das dificuldades de verbas.

Na cultura, Ingrid Guimarães, faz uma aposta otimista na esperança desabrida. Fernanda Torres, dá uma dimensão negativa ao conceito e prefere falar da crueza do mundo real. Lázaro Ramos, parece desenvolver um caminho entre os dois mundos: anseios entremeados de dificuldades. Walter Salles deixa entrever o possível a partir de uma forte crítica ao ano que se encerra. Sua posição sobre nossa democracia claudicante é forte.

Devemos cultivar a ansiedade otimista ou ela atrapalha o real, devorador de sonhos ? O anseio sorridente de esperançoso dificulta-lhe lidar com a resiliência dos mil pequenos embates pela frente ?

É a pergunta que Hamlet faz no seu monólogo mais importante: Devemos lutar ou ceder ao imperativo circunstante do real ? O otimista diz sim e o pessimista não. Ambos morrem no final da peça.

Conclui Karnal: Normalmente, gosto mais do otimismo (Pangloss) em janeiro. Costumo chegar a dezembro com melancolia (Elsinore).

Eis aí a questão.

Viver é Perigoso


 

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