No final dos anos 80 e início dos anos 90, quando da Administração Rosemburgo Romano, fomos informados que a fiscalização da prefeitura estava se dirigindo a uma tradicionalíssima pastelaria da cidade, localizada no Mercado Municipal. Por divergências outras, inclusive autoritarismo e pitadas políticas de uma parte e rebeldia de outra, o prestigiado empreendimento seria interditado.
Um amigo e eu corremos até o Secretário Municipal de Obras, conhecido de longa data, conseguindo o adiamento, por algumas horas, da operação. A interdição seria por 3 dias e até o cumprimento das exigências.
Visitamos o comerciante, que chateado estava irredutível em providenciar qualquer nova pintura e adequar frigideiras e o depósito de óleo. Os tempos eram outros e existia no episódio um viés político.
Estivemos na Prefeitura e no comércio por diversas vezes em poucas horas tentando um armistício.
Com muito custo, foi conseguido, com o compromisso da pintura interna da pastelaria, com início às 17 horas do mesmo dia e o encerramento até às 06:00 da manhã do dia seguinte. Os equipamentos seriam revitalizados dentro de uma semana.
Tudo resolvido e quase ninguém ficou sabendo. Muitos dos personagens desse filme já tomaram o barco.
Em tempo, o comerciante, ativo e participativo cidadão, não era proprietário de jornal e nem diretor de alguma Ong. Era dirigente de uma entidade de classe e de um operante clube de serviços. Ah! e tinha posição definida.
A vida seguiu normalmente, sem processos e sem grandes ressentimentos.
Viver é Perigoso