Em GoodWiew, um reino muito distante, o entediado rei resolveu fazer uma longa viagem. Cercado dos seus melhores conselheiros partiu numa missão técnica em busca de tecnologia para desenvolver a têmpera dos metais das espadas e armaduras.
Por dominar diversas línguas e ter o dom da comunicação, surpreendentemente, o Vice-Rei, nobre cavaleiro da melhor estirpe, também foi convocado para a missão. Partiram num domingo ensolarado.
Assumiu provisoriamente o reino, o fidelíssimo primeiro-ministro, que na segunda-feira, às 06:00 da manhã já estava à postos. Sentado, não no trono, mas na cadeira real, aguardava consultas.
Deu nove horas e nada. Sequer uma consulta ou um pedido de audiência. Ansioso, levantou-se, entre-abriu a pesada porta e sondou os corredores. Tudo normal, com serviçais e súditos diversos caminhando de lá para cá. Como sempre, com algum pergaminho nas mãos e demonstrando preocupação. Normal nos castelos.
Quase 10:00 horas e nem a pajem do cafezinho tinha passado. Providências teriam que ser tomadas. Chacoalhou a sineta real. Demorou um pouco mas a pajem apareceu.
- Alguma coisa Senhor ?
- Sim, um cafezinho.
Foi servido e o silêncio voltou a reinar.
Preocupado, levantou e deixou a porta apenas encostada. Escutava o ruído externo, mas nada de ser procurado.
Mesmo sentado, esticou a perna, e com o bico da sapatilha abriu a porta mais um pouquinho. E nada.
Deu meio-dia e ainda invicto, desceu para almoçar no amplo refeitório do castelo, imaginando que teria dificuldades para selecionar qual dos conselheiros receberia a honra de almoçar em sua mesa. Todos os comensais riam e conversavam com o som nas maiores alturas. Sua descida pela escada em curva, degrau por degrau, sequer foi percebida.
Ninguém para servi-lo. Foi de self service e a atendente não abriu mão sequer de receber o ticket alimentação real. Acenos com as cabeças ao longe. Educados e frios. Nada mais.
Bom, 14:00 horas e agora o expediente vai pegar para valer. Por via das dúvidas, portas democraticamente abertas. Pergaminhos espalhados pela mesa, caneta tinteiro de pena de pavão real nas mãos, movimentos preocupados, e nada.
Já nervoso : Ninguém virá pedir nada ? Nem um súdito da imprensa para uma entrevista? Não precisaria ser na página 7. Uma pequena nota na primeira página já bastava.
Uma semana. Cornetas e clarins anunciam o retorno de sua majestade. Uma rápida cerimônia de devolução do cargo. Sem fotografias.
Saiu como entrou. Totalmente pagão.
É a vida...em Goodwiew, of course.
Viver é Perigoso
2 comentários:
Q merda heim Zezinho ! Guarda a lupa pois ninguém é de ninguém . Ah terrinha. Independente.
Independente -
Vamos levando.
Zelador
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