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sábado, 21 de outubro de 2017

CÉUVEN - BOYS


Pela segunda vez aconteceu. Aliás, dizem que fato como esse tem acontecido muito na terrinha.

Encontrei hoje no Supermercado Alvorada, na Boa Vista, é claro, mais ou menos ao meio dia, num dos corredores, um conhecido de muitos anos, quase amigo, que havia morrido no mês passado.

Havia morrido. Foi a notícia que recebi no início de setembro com riqueza de detalhes. A atenciosa senhora falou-me da enfermidade do Altair (nome fictício), de sua cirurgia e a tomada de barco. Tudo com direito a comentários sobre a tristeza da viúva e as inúmeras boas ações do falecido, quando em vida.

Na ocasião, lamentei e concordei com as suas boas ações. Aliás, acrescentei mais algumas.

Primeiro aconteceu o susto. Respirei fundo, virei de costas como procurando uma mercadoria e já senhor da situação, fui me virando aos poucos. Estava sozinho.

Me coloquei a segui-lo, discretamente. Tentava ouvir a sua inconfundível voz rouca, talvez quando cumprimentasse alguém. 

Numa sua afastada do carrinho, bisbilhotei com um olhar à média e prudente distância, suas compras. Nada de frutas, verduras ou coisas para consumo rápido. Embalagens de biscoitos, bolachas e diversas de bisnaguinhas Seven Boys.

Animado, forcei um encontro frontal na curva da rua dos macarrões (?) com a rua dos papeis higiênicos. Batemos de frente e ele, como dizem na Boa Vista, nem tchum. Pouco para nós que sempre nos cumprimentávamos e até trocávamos algumas palavras.

Que era ele, sem dúvida, era.

Se voltou para buscar Seven-Boys, não sei.

Viver é Perigoso 

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