- Pai, já que você vai ver Madeleine, diga para ela que ainda a amo !
- Você não podia dar o recado você mesmo ?
Eugène Labiche - Tomou o barco em 22/01/1888 em Paris, aos 72 anos.
Seria pouco dizer que as últimas palavras de Labiche parecem ter sido tiradas de uma de suas melhores peças. Ele foi o mestre do teatro cômico durante o Segundo Império. Seus vaudevilles, como "Um chapéu de palha italiano" ou A viagem do senhor Perrichon", são pequenas joias da fantasia, de nonsense e de extravagância que privilegiam as tiradas irônicas em detrimento dos voos líricos. E servem a uma obsessão: desmascarar a então babaquice burguesa. Dessa vez, é o seu próprio filho, André, viúvo havia pouco, que representa sem querer o papel do burguês imbecil: dando mostras não apenas de uma carolice idiota como também de um estranho desejo de ver seu pai já morto e, para piorar, de ainda fazê-lo trabalhar ! O dramaturgo responde ao seu modo misantropo e zombeteiro: sarcástico. Destruindo o absurdo mesquinho e ordinário com um absurdo ainda maior porque hilariante. Impecável.
Philippe Nassif
Viver é Perigoso
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