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sábado, 4 de junho de 2016

MÚSICA PARA OS OLHOS


Só para chatear tentei ler o artigo "República da Mesóclise", do Professor Cláudio Moreno, na Revista Veja, desta semana.
Sou um daqueles que fogem da gramática. Burramente, mas sempre fugi. Devo errar muito e quando acerto, não sei a razão.
Segue um trecho para o seu deleite:

"...Nossa língua tem certos vocábulos átonos que não são independentes, integrando-se fonologicamente à palavra anterior ou posterior. São chamados de clíticos, e incluem as proposições, certas conjunções, os artigos e os pronomes oblíquos átonos - me, te, o, se, lhe, nos etc.
Assim como o artigo vem antes do substantivo, o pronome oblíquo só pode ser usado junto ao verbo (ou imediatamente antes, ou imediatamente depois). Se ele estiver antes, diremos que está em próclise ("Me dá um cigarro"). Se estiver depois, diremos que está em ênclise (Dâ-me um cigarro"; a mesóclise, com veremos, é um tipo de ênclise)..." 

Espero que tenha ficado claro ?

Viver é Perigoso

FOI ALI !

Viver é Perigoso

MOÇA BONITA


Garbine Muguruza Blanco, simplesmente Muguruza. Tênista espanhola, nascida na Venezuela, venceu hoje o tradicionalíssimo Torneio de Tênis de Roland Garros, em Paris.
Ganhou da favorita tenista americana, Serena Willians.
Muguruza é filha de espanhol basco. Sua mãe é venezuelana. Mudou-se para a Espanha com três anos de idade.
Preparem-se, veremos falar muito sobre a bela e competente tenista.

Viver é Perigoso

VIVER É PERIGOSO


- Que esperais, esperança ? - Desespero.
- Quem disso a causa foi ? - Uma mudança.
- Vós vida, como estais ? - Sem esperança.
- Que dizeis, coração ? - Que muito quero.
- Que senti alma, vós ? - Que amor é fero.
- E, enfim, como viveis ? - Sem confiança.
- Quem vos sustenta, logo ? - Uma lembrança.
- E só nela esperais ? - Só nela espero.
- Em que podeis parar ? Nisso em que estou.
- E em que estais vós ? - Em acabar a vida.
- E tende-lo por bem ? - Amor o quer.
- Quem vos obriga assim ? - Saber quem sou.
- E quem sois ? - Quem de todo está rendida.
- A quem rendida estás ? - A um só querer.

Luís de Camões

Viver é Perigoso

UM HOMEM LIVRE


Um ídolo da nossa geração. O maior lutador de todos os tempos. 

Cassius Marcelus Clay, ou melhor, Muhammad Ali-Haj, tomou o barco. Um dos maiores atletas do século XX, um homem que se reinventou várias vezes e foi o espelho dos traumas e conflitos dos Estados Unidos de sua época, tomou o barco ontem em Phoenix, no Arizona, aos 74 anos. Muhammad Ali, lutava há 32 anos contra o mal de Parkinson. 
Nasceu em Louisville, no Kentucky, em 1942.

Campeão Olímpico aos 18 anos e três vezes campeão mundial dos peso-pesados.

Sofreu as humilhações da segregação racial e exibia seu ego sem modéstia: "Sou o melhor, sou o melhor, sou o rei do mundo " 
Um homem polêmico cuja trajetória, desde os conflitos sociais dos anos sessenta até a chegada de um afro-americano à Casa Branca em 2009, define a história recente dos EUA.
Um herói esportivo que se converteu a uma religião estranha para a maioria dos norte-americanos. 
Descendente de escravos anônimos, escolheu ele mesmo seu nome e religião: influenciado pelos ensinamentos do grupo religioso Nação do Islã, adotou o nome de Muhammad Ali. “Não quero ser o que vocês querem que eu seja”, dizia.

Sua oposição à Guerra do Vietnã não foi apenas retórica: devido à sua recusa ao recrutamento obrigatório, foi condenado a cinco anos de prisão e perdeu o direito de boxear. Metade dos EUA o detestava; meio mundo o adorava.

Na época, escreveu o filósofo Bertrand Russell:

“Nos próximos meses, não há dúvida de que os homens que governam em Washington tentarão prejudicá-lo de todas as maneiras, mas tenho certeza que você sabe que tem falado em nome de seu povo e dos oprimidos de todo o mundo, em um corajoso desafio ao poder americano”

O Supremo Tribunal lhe deu razão em 1971, como objetor de consciência ao serviço militar, e conseguiu voltar ao ringue, onde participou e venceu extraordinárias e lendárias, como o "Rugido da Selva" no Zaire em 1974, contra George Foreman, a qual assisti, na Boa Vista, é claro, madrugada a dentro, num aparelho de tv, marca Invictus, em p&b.
  
Ao longo dos anos, o polarizador se tornou uma figura de consenso, celebrada por brancos e negros, de direita e de esquerda. George W. Bush o condecorou. Muhammad Ali, o agitador falastrão, se tornou a escolha óbvia para acender a tocha nos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996, como um símbolo da compreensão, da paz e do amor internacional.

Quando iniciava sua carreira política, em seu escritório eleitoral em Chicago, Barack Obama tinha uma fotografia de Muhammad Ali em uma luta contra Sonny Liston. Não era por acaso. 
“Muhammad Ali representava algo mais do que o boxe. Tinha um sentido político, o sentido de um orgulho afro-americano que se reafirmava. Foi uma figura essencialmente americana: um ícone negro em um país ainda assolado pelo racismo, um homem que criou sua identidade, um homem livre.

(trechos retirados do El Pais)

Viver é Perigoso