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segunda-feira, 11 de abril de 2016

CARTA QUE RECEBI - ALÉM DA IMAGINAÇÃO


Nestes tempos estranhos, tempos de maniqueísmo e de agressividade gratuita, falar de literatura é sempre um alento de ar fresco e limpo para mentes ocupadas com a desgraça mais ou menos iminente.
Gostei da lista do seu João Cadeira, acrescentaria alguns e suprimiria outros, mas não pelo mérito e sim pelo gosto, que não deveria ser discutido, mas que nestes tempos de sandices se discute. Enfim...

1. Ao invés de 1984, de George Orwell, optaria pela 'Revolução dos Bichos', do mesmo autor. Por incrível que pareça, mais atual.
2. A idade da razão - Jean Paul Sartre. Já li, mas prefiro o 'Ser e o Nada'.
3. A montanha mágica - Thomas Mann. Não tive coragem de enfrentá-lo, ainda. Que tal alguma latinidade no lugar? "Amor nos tempos do cólera", de Gabriel G. Marques? Um dos meus prediletos!
4. Em busca do tempo perdido - Marcel Proust. Outro que resta confortavelmente repousando em minha estante, com seus quatro volumes clamando por atenção. Que tal o excelente "Notas do subterrâneo", de Dostoiévski, como substituto enxuto, em suas pouco mais de 200 páginas?
5. O complexo de Portnoy - Philip Roth. Não mexeu com o coração deste que vos escreve. Poderíamos pensar em "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt? 
6. O coração das trevas - Joseph Conrad. Também gostei, mas não chega aos meus 'top ten'. Que tal "Todos os nomes", um fantástico 'lado b' de Saramago? 
7. O estrangeiro - Alberto Camus. Não ousaria incluir nada no lugar de "O estrangeiro". Acrescentaria "A peste" como complemento. 
8. O homem sem qualidades - Roberto Musil. Um clássico! Talvez valha a pena ler a contrapartida moderna, o assustador 'A menina sem qualidades (Spieltrieb), de Julie Zeh. 
9. O processo - Franz Kafka. Nada a acrescentar. Talvez os votos recentes do Ministro Marco Aurélio.
10. Ulisses - James Joyce. Sem tirar nem por, neste aqui é melhor não mexer.

São esses os pitacos pouco ou nada convincentes. Caso esteja em dúvidas entre minha lista e a de João Cadeira, fique com as duas. Porque a literatura é um pedacinho do céu que temos o prazer de conhecer com nossos olhos e corações. E tocar o céu, meu amigo, nunca é demais! 

Um abraço fraternal do deveras ausente,

Laissez Faire

Viver é Perigoso

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