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quinta-feira, 14 de abril de 2016

A VELHINHA DE SIRACUSA


Cada vez que ouço isso, lembro-me da história, não sei se real ou inventada, que me contou um antigo professor do colégio. Passou-se na Antiguidade, em Siracusa, poderosa cidade romana na extremidade da Sicília. Um ponto estratégico para a expansão e a segurança de Roma. Tradicionalmente dirigida por “tiranos”, Siracusa vivia sob ditaduras perfeitas, uma atrás da outra. Um dos tiranos, não sei exatamente qual, lá pelos anos 340 A.C., depois de longos anos de governo corrupto, autocrático e cruel, veio a falecer. E o povo saiu às ruas para comemorar. Uma senhora — a “velhinha de Siracusa” —, porém, deixou-se ficar pensativa sentada na escadinha de um templo. O povo se aproximou dela e alguém perguntou: “Por que a senhora está triste? Não sabe que o tirano morreu? Venha celebrar! Ou será que a senhora gostava do tirano?” Ao que a velhinha respondeu: ”Eu tinha horror ao tirano! Só não celebro porque esse tirano eu conhecia. O que vem por aí não tenho ideia de quem será!”

Luiz Felipe de Seixas Corrêa - El País

(Original - São Tomas de Aquino)

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

É uma versão da única piada contada na obra do filósofo Tomas de Aquino (São Tomas de Aquino). O tirano Dionísio que era muito mal, descobriu que havia uma velhinha que rezava para ele não morrer. Como ele sabia da sua impopularidade chamou a velhinha e perguntou: porque a senhora reza para eu não morrer? A velha respondeu: rezei para o seu avô morrer, porque ele era muito mal. Veio o seu pai, que era um pouco pior e eu rezava para ele morrer. Agora, temos o senhor que é pior do que eles... é melhor que o senhor não morra, pois o seu filho pode ser pior ainda.