Às vezes acabamos por esquecer que existem três poderes na vida brasileira. Do judiciário, esqueçam. No nível de simples mortais encontram-se o Executivo e o Legislativo, teoricamente, com a mesma força e importância.
Vamos cuidar das pacatas cidades do interior, numa das quais sobrevivemos com galhardia.
Parte do nosso dia a dia tem sido tomado pela preocupação com as atuações dos poderes Executivo e Legislativo.
Desde priscas eras, na terrinha, o Executivo insiste em mandar, ter a maioria absoluta, trazer sob rédeas, o Legislativo.
Os ex-prefeitos Rosemburgo e Saulo Germiniani deixaram de policiar ostensivamente a Câmara Municipal e quase cairam antes do final dos seus mandatos.
Já o Chico, BPS, Jorge e Rodrigo Riera, levaram e tem levado a manutenção da maioria na Câmara, de forma implacável.
Sempre mandaram para votação o que julgaram melhor ou mais conveniente.
Possuidores de folgada maioria, creio eu, nem sequer acompanhavam e acompanham com preocupações as sessões do Legislativo.
Sempre tudo dominado.
As coisas podem estar mudando. O povo, conforme demonstrado principalmente pela internet, quer ser consultado, quer ser ouvido, quer fiscalizar, quer ter participação na determinação de prioridades.
Como acontecer ?
Exceto por uma trombada dessas que vem acontecendo pelo Brasil afora, dificilmente alguém conseguirá alternância no Poder Executivo nas próximas eleições de Itajubá.
É não será porque tudo caminha bem.
Mantendo a Câmara com dez vereadores, não seria difícil, numa ampla campanha de esclarecimento, sensibilizar a população para priorizar a votação em cinco candidatos compromissados com a independência de atuação.
Esclareço: Não oposição raivosa e nem tão pouco fidelidade canina ao Senhor Prefeito.
Simplesmente atuariam como vereadores normais, como sempre tivemos no passado.
Aí está a razão maior do apoio do atual Prefeito ao aumento do número de vereadores para 17. Ele sabe muito bem que conseguir nove vereadores com esse perfil de independência política é impossível.
Tudo indica que passaremos mais uma gestão implorando Audiências Públicas, alteração de posição, pesquisas demonstrando o óbvio, etc.
Política na terrinha não é para amadores. Estamos sob a direção de doutores na área.
Estamos lascados.
Viver é Perigoso