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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

CAFÉ COM LEITE


Na Boa Vista, é claro, nos antigamente, existia uma brincadeira de rua chamada do "pique". Dentre suas diversas modalidades, uma delas consistia em sortear alguns para pegarem os outros. Muito esconde-esconde e principalmente, muita correria. Um pouco bruto, às vezes.
Como as crianças menores insistiam em participar, por serem consideradas frágeis, através de códigos, eram consideradas "café com leite".
Resumindo, não poderiam ser levadas à sério, perseguidas, etc. Ficavam por ali imaginando que participavam da brincadeira.
Lendo a nota da Mônica Bérgamo na Folha de São Paulo, somos levados a concluir, que temos uma "café com leite" em Brasília.

"O TCU (Tribunal de Contas da União) pode inocentar a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade direta pelas pedaladas fiscais.
De acordo com integrantes do TCU familiarizados com as investigações, o órgão pode estabelecer punições para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e para o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin. Eles teriam tomado as decisões sobre cada uma das pedaladas. As punições variam de multa a proibição de exercer cargos públicos.
Traduzindo para linguagem familiar, os mesmos integrantes comparam a situação de Dilma à da dona de casa que dá dinheiro para que sua empregada faça compras e pague outras contas. Ela não seria obrigada a saber de cada detalhe da administração dos recursos, sob responsabilidade direta da funcionária.
"É preciso diferenciar: o tribunal rejeitou as contas do governo da presidente Dilma, mas não estabeleceu ainda a responsabilidade direta pelas manobras fiscais", afirma funcionário do TCU."

Viver é Perigoso

4 comentários:

Anônimo disse...

Por isso o apelido, Tribunal do Faz de Conta.

marcos.caravalho disse...

Meu caro Zé(lador):
Lembra daquele cachorrinho em frente a um gramofone que era o logotipo da RCA??
Em baixo do desenho, a frase: "a voz do dono".

Pois é: assistí ao Canal Livre domingo.
Entre os entrevistadores encontrava-se a Mônica Bergamo.

Uma digressãozinha: impressionante a inarticulação verbal da moça: de potes de "quer dizeres" a um catado chatíssimo de frases ocas antes que fizesse alguma pergunta objetiva. Pelo tempo de estrada e posição na Folha (colunista, seu Zé) é inadimissível que se expresse daquela maneira tosca.
Sua coluna escrita talvez tenha algun(s) "ghost writer(s)" - hipótese mais provável, na minha abestalhada opinião. Ou mesmo um bom revisor que arredonde diáriamente os tijolos que vêm da mesa da moça.
Fim da digressãozinha.

Não impressionante foi sua série de tentativas de colocar na boca do entrevistado (Gilmar Mendes) "pareceres" que - ah!, ah! - sob aparência de um raciocínio hipótético podem vir a ser usados (adevogados é uns cara bom, sô) como se fossem suas ( Gilmar) posições jurídicas consolidadas em desfavor do impedimento da doutora durante os debates que vêm aí no STF.
Houve, inclusive, menções (mais de uma vez, sim senhor...) a "torturas (!!!)" pretensamente aplicadas para forçar delações premiadas dos caras que estão tomando café de canequinha lá em Curitiba.

Essa nota publicada no post atual é mais um miado do mascote da RCA, "repercutindo" posição/sentença de "funcionário do TCU" - notou a sutileza "funcionário do TCU"?
Sujeito da sentença? Amoitado, como se dizia na Boa Vista em outros tempos.
Em língua de gente: "balão de ensaio", parente univitelino do "ouví dizer", do "me contaram", etc...Jogada daquelas que o cara olha prum lado e dá o passe pro outro, mais ou menos por aí.

É o movimento das peças no tabuleiro, parte do jogo.
Vida que segue...
Abraço

Edson Riera disse...

Anônimo das 08:17 horas,

Enquanto os membros dos tribunais (juízes) forem indicados por políticos dificilmente acontecerá isenção nos julgamentos.

Zelador

Edson Riera disse...

Caro Marcos,

Deixei de ser assinante da Folha depois de quase uma vida toda. Não dava mais aguentar. Concordo sobre a Bérgamo. Nossa sorte é que sua coluna tem muitas fotografias. Menos espaço para escrever.
Mas...a gente tem que acompanhar os passos dos arteiros.
Muito legal a lembrança do cachorrinho e da voz do dono.

Abraço

Zelador