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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

NO TOPO DO MUNDO

 
Desde moleque, aluno do Grupo Escolar Rafael Magalhães, na Boa Vista, é claro, leio quase tudo sobre o Monte Everest e seus 8.844 metros.
Não gosto de altura. O Everest sempre me assustou.
Termino de ler mais um livro sobre a terrível temporada de escaladas (sempre entre abril e maio) de 1996. Dezenove pessoas morreram na tentativa de chegar ao cume. Oito delas, no mesmo dia.
Falo do livro "Deixado Para Morrer no Everest", mostrado no filme em cartaz "Everest". Escrito pelo sobrevivente Beck Weathers, Editora Intrínseca.
Um pouco de história:
O Everest fica na fronteira da China e o Nepal. Chama-se Everest em homenagem ao geólogo britânico, George Everest.
Em 1924, os britânicos George Mallory e Andrew Irvine, fizeram uma tentativa de chegar ao cume. Tudo indica que chegaram. Desapareceram, possivelmente na descida, bem próximo ao cume. O corpo de Mallory foi encontrado congelado em 1999.
O cume foi alcançado pela primeira vez em 1953, pelo britânico Edmund Hillary e pelo Sherpa Tenzing Norgay.
A paixão do alpinista de grandes alturas é completar as escaladas dos chamados 7 cumes. As maiores altitudes em cada continente.
Everest - Asia
Aconcágua - América do Sul
McKinley - América do Norte
Kilimanjaro - África
Monte Elbrus - Europa
Maciço Vinson - Antártica
Pirâmide Corstensz - Oceania
Cinco brasileiros já conseguiram a proeza, entre eles a médica de Campinas, Dra. Ana Boscarioli.
É a vida...
 
Viver é Perigoso

 

2 comentários:

marcos.caravalho disse...

Zé,
Numa dessas expedições de 1996 (foram 16, se contarmos uma "solo" de um norueguês) encontrava-se o jornalista/escritor/montanhista americano John Krakauer. Fora para lá contratado por uma revista (Outsider) para participar de um dos grupos que tentaria a escalada daquele ano para depois descrever a aventura pros leitores da revista.

Subiu com a primeira turma, ficou lá em cima por cerca de 05 minutos e começou a descida. Não "pegou" a tempestade que logo depois se formou e causou a tragédia.

Do campo 4, onde chegou se arrastando e quase morto, assistiu todo o drama dos demais alpinistas, tanto dos que conseguiram descer e sobreviver quanto dos que morreram. Conta com detalhes o drama de Seaborn Beck Weathers, deixado pra morrer, juntamente com uma alpinista japonesa (Yasuko Namba) em um abrigo precário devido à total impossibilidade dos dois de continuar a descida. Passaram alí a noite de 10 para 11 de Maio e foram resgatados na manhã de 11/05: Yasuko (até aquela época a mulher mais idosa - 47 anos - a atingir o cume) já morta e Beck com uma das mãos gangrenada. Seu salvador foi o médico canadense Dr. Stuart Hutchison

Krakauer ouviu as últimas conversas pelo rádio com um dos guias-líder de expedição (Rob Hall) que ficara "travado" e que agonizava lá em cima. Não teve chance nem condições de retornar ao campo 4, morrendo na montanha.

Escreveu, depois, um livro definitivo sobre o caso (No Ar Rarefeito - Cia das Letras). De fazer varar a noite prá ver o que vai acontecer na próxima página.
Não emite julgamento nenhum; apenas relata fatos.
Livraço!!
Abração

NOTA: Um dos guias mais experientes de um dos grupos (grupo do americano Scott Fisher, que também acabou morrendo naquela ocasião), o russo Anatoli Boukreev, salvou-se nessa tragédia toda - subiu quase que ao mesmo tempo que o Krakauer - e escreveu posteriormente um livro a respeito, dando sua versão. Comecei a ler e me pareceu meio "justificativo" demais e deixei de mão. Talvez seja até muito bom, mas eu estava ainda "atado" na agonia do livro do Krakauer, de modo que posso ter exagerado na avaliação. Uma nova tentativa ficou pro futuro.

Edson Riera disse...

Marcos,

Realmente, o livro No Ar Rarefeito do Krakauer é dramático. Já o li, reli e o consulto nas vezes que leio uma opinião diferente sobre o fatídico dia. A lei nas escaladas é diferente da convencional. Muitas vezes os sentimentos são deixados de lado. A natureza é implacável.
Como explica-se essa obsessão ?
Quando perguntaram para George Mallory por que queria escalar o Everest, ele deu a sua famosa resposta:
- "Porque ele está lá."

Abraço,