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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

MENINOS DA BOA VISTA

 
Na última segunda-feira, dia 21/9, comemorou-se (?) 59 anos da inauguração da primeira piscina da terrinha. A do batalhão não conta. Era para pouquíssimos privilegiados. Nem mesmo os soldados (fui um deles) podiam utilizá-la. Limpar sim, e no capricho.
Para os meninos da Boa Vista foi um encanto.
Nos domingos ensolarados, logo após o encerramento da missa das 10, na Igreja de São José, na Boa Vista, é claro, assim que as mocinhas bonitas do Morro Chic passavam, um bandão lotava o ônibus da Auto Viação Itajubá, que pertencia ao Sr. Max Herren, em direção ao Pacatito.
Objetivo único da missão: Conseguir vislumbrar pelas frestas do alambrado a sereias nadando e tomando sol.
Afinal, Virgílio, Dalton, Gilbertinho, Sócrates, José Cláudio e outros, só tinham visto, até então as pernas da Jane do Tarzan, nas matinês do Cine Paratodos.
Os administradores dificultavam o máximo acesso a paisagem.
O momento culminante das manhãs domingueiras acontecia quando uma escultural loirinha, possivelmente filha de algum oficial do exército, subia no trampolim, erguia os braços, respira fundo e saltava para o abismo.
Abismo, porque para o bando de aloprados da Boa Vista, a serei levava séculos para atingir a água. Bocas abertas, olhos estalados, respirações interrompidas e ocasionais fugas de sentido.
Numa segunda-feira, após um desses fenomenais domingos, encontrei na Sorveteria do Sr. Edgar com a princesa do trampolim.
Uma mignon Marilyn Monroe vestida com o uniforme do Colégio da Irmãs. Baixei os olhos envergonhado, ou talvez para conferir que era ela mesmo.
Bendita hora em que a saudosa LIF - Liga Itajubense de Futebol, programou jogos do Campeonato Itajubense de Futebol, disputado também pelo excelente time do Fábrica de Armas, para os domingos pela manhã. Da arquibancada do campo de futebol era perfeita a visão da piscina.
Assustadoramente aumentou a frequência nas partidas do Fábrica de Armas realizadas no local.
Marmanjos e moleques assistiam as eletrizantes partidas de costas para o campo de futebol. Após encerrado o confronto futebolístico, procuravam tomar conhecimento do resultado da partida.
Não, claro que não. Não somente as moças do Pacatito frequentavam a piscina. A fina flor, a nata da sociedade, também se fazia presente.
Era a vida...
 
Viver é Perigoso 
 

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