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sábado, 13 de junho de 2015

CARTA QUE NÃO ESCREVI

Itajubá, 13 de junho de 2015
 
Querida,
 
Através destas mal tratadas linhas venho tentar explicar e justificar o meu comportamento durante o dia de ontem, que segundo as propagandas foi  o dia dos namorados.
Confesso a minha alienação com relação a diversas datas estabelecidas no calendário nacional. Não tenho feito nada de especial no dia 19 de abril, dia do índio, bem como no dia 19 de novembro, dia da bandeira e assim por diante.
Tive a pretensão de acatar os ditames da mídia e fazer do dia dos namorados um dia diferente, especial e talvez inesquecível.
Pelo resultado aparente dei com os burros nágua. Esqueça o inesquecível.
Errei em tentar ser diferente e especial no dia de ontem.
Afinal, já lá vão séculos que nos tratamos diariamente bem. Nos abraçamos, rimos, conversamos, tomamos o café da manhã, almoçamos e jantamos juntos. Claro, que às vezes preocupados e outras tristes por algum acontecimento.
Trocamos presentes e até brigamos.
Ontem, como era um dia especial, quis ser diferente. Dai a cara amarrada, cenho franzido e a fingida indiferença.
Pegou mal.
Rogo-lhe que os nossos dias voltem a ser comuns como sempre foram.
Prometo-lhe que não acontecerá mais nenhum dia especial.
Do sempre seu,
 

Viver é Perigoso

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