Translate

domingo, 24 de maio de 2015

SENTIMENTOS NA MONTANHA RUSSA

 
Nas pequenas terras ainda usam  as tristes, feias e assustadoras cartas fúnebres para informar sobre falecimentos. São fixadas nas paredes externas dos mais movimentados estabelecimentos comerciais.
São respeitadas e lidas com reverência e atenção.
A tradição foi quebrada na terrinha no final dos anos sessenta, quando alguns estudantes baderneiros da Escola de Engenharia (dizem) encomendaram em uma gráfica de Pouso Alegre, uma tétrica carta fúnebre noticiando a "tomada de barco" de um rígido professor, que aliás, até hoje continua vivinho da silva. Brincadeira de extremo mau gosto.
O assunto deu até inquerito. Foi engavetado, uma vez que um dos suspeitos era filho de um figurão..
Mas vamos até a montanha russa.
Outro dia, indo até a agência do Banco do Brasil, uma carta fúnebre me chamou a atenção. Montanha russa de sentimentos.
Informava sobre o falecimento de uma prestativa e caridosa senhora. Fui tomado, em princípio, por grande alegria.
Explico: Imaginava que ela havia falecido já há uns bons anos. Tinha ouvido a notícia e lamentado sua partida.
Que beleza ! Fiquei sabendo que ela esteve entre nós nos últimos dez anos.
Tristeza: Havia partido de verdade.
Não consegui definir qual foi o sentimento mais sentido. Se a alegria ou a tristeza. Uma certeza: o tempo recorde entre um e outro.
É a vida.

ER

Nenhum comentário: