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quarta-feira, 8 de abril de 2015

LIVRO, PRESENTE DE AMIGO

Símbolo do arbítrio e dos crimes de um regime, o Destacamento de Operações de Informações - DOI, ocupava (de 1969 a 1991), em São Paulo, um terreno entre as Ruas Tutóia e Tomas Carvalhal, no Paraíso (só o nome do bairro). Ganhou dos militares e policiais que lá trabalharam o codinome de "Casa da Vovó".
O outro lado da história,  contada por 25 homens e mulheres que trabalharam no DOI e testemunharam as atrocidades ocorridas nos porões da Ditadura Militar. Trabalho do jornalista Marcelo Godoy (Editora Alameda) - 612 páginas importantes para se conhecer um pouco mais do país. 66 pessoas foram mortas, das quais, 39 sob tortura após a prisão e outras 27 depois de gravemente baleadas.
Um rápido balanço: A ditadura foi responsável pela morte de 400 pessoas em combate, executadas ou em consequência da tortura. Os grupos de esquerda teriam feito uma centena de vítimas. Houve ainda 6.016 denúncias de tortura contra os órgãos de repressão. Nos anos que se seguiram ao golpe de 1964, 50 mil pessoas foram presas. Dez mil conheceram o exílio durante a ditadura, 6.592 militares foram punidos - a maioria por defender a democracia e a legalidade constitucional -,  4.862 pessoas tiveram seus direitos políticos cassados, 130 pessoas acabaram banidas do país e houve quatro condenadas à morte (as sentenças não foram cumpridas).
Terríveis momentos.
É a história. Quando fui comprar o livro em Niterói, a atendente questionada sobre a sua localização, indicou-me o setor de literatura infantil. A obra ficaria bem localizada no setor de horrores. 

ER

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