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segunda-feira, 5 de maio de 2014

CURTAS HISTÓRIAS

 
Da Boa Vista, é claro.
Trata-se de uma grande verdade. Todos nós temos um dom. Em algum quesito o sujeito se destaca. Muitas vezes passa a vida sem descobri-lo. Mas que existe, existe.
Foi o caso do simpático e solicito Jorge Repibirdi. (apelido dado por um antigo aluno do IEI). Homem bom e leal funcionário da FI.
Ia e vinha, de segunda a sexta, de trenzinho da RMV, trabalhar no Pacatito. Grande colaborador da Paróquia de São José.
O maior batedor de palmas já visto no Sul de Minas.
As mãos mais pareciam pás de retroescavadeira. Mas a arte estava na formação de conchas no ângulo correto. Abertura dos braços milimetricamente coordenada. Força controlada, variando conforme a intensidade emocional do momento.
Não era um som ardido e irritante, nem tão pouco chôco.
Aplausos vibrante e entusiásticos. Contagiava a todos. De repente, todos estavam aplaudindo, não o acontecido, mas aplaudindo os aplausos do Repibird.
Maravilha.
Era convidado para aniversários, comícios políticos e uma ou outra vez, para sepultamentos. Nessas tristes ocasiões, o som das suas palmas fugindo no vento, aliviava a dor da perda.
Já no final de carreira, entrou para a Igreja Pentecostal. Ali, pode aplicar com toda a beleza o seu dom.
Certo dia, indagado sobre a sua perfeita técnica, respondeu:
Primeiro a gente tem que acreditar sinceramente no que está aplaudindo. Segundo, não usar qualquer objeto de metal nas mãos e proximidades, como anéis, alianças, pulseira ou relógio. Terceiro e fundamental, engraxar as mãos com Talco Gessy.
 
É a vida.
 
Bigodinho 


SOB A LUZ DE VELAS



Silent enim leges inter arma

"Na hora do pau comer, a lei cala o bico"

Millôr

AGORA VAI !