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sábado, 22 de fevereiro de 2014

MOMENTOS MÁGICOS


CANTINHO DA SALA

Richard Pousette-Dart

REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DA CIDADE

A Prefeitura de Itajubá está anunciando que serão investidos cerca de R$ 12,7 milhões na revitalização do centro comercial da cidade.
É muito dinheiro.
Do pacote, R$ 691 mil, virão do Ministério da Cidade, via  apoio do Deputado Aelton Freitas.
R$ 3 milhões virão (empréstimo ?) do BDMG, com uma mãozinha do Deputado Bilac Pinto.
R$ 7 milhões serão recursos nossos, isto é, dos cofres da Prefeitura. Do povo.
R$ 1 milhão deverá vir  de algum Ministério, com uma mãozinha do Dep. Dimas Fabiano.
 
Será feita uma campanha (tipo vaquinha do PT) para angariar R$ 1 milhão dos comerciantes.  
 
Gostaria e muito que acontecesse isso.
 
Existe projeto ?
 
A grana federal, face o anunciado corte nos gastos do governo, corre o sério risco de não aparecer tão já.
A grana do BDMG, se for empréstimo, sairá rápido. Não se trataria de doação.
Me surpreende a disponibilidade do desembolso de R$ 7 milhões pela PMI.
Quanto a participação dos comerciantes com a cota de R$ 1 milhão, esqueçam.
 
Conversando com um amigo da área, o mesmo me adiantou, que por alto, só para tornar a fiação do centro comercial de aérea para subterrânea (fundamental), ficaria em R$ 6 milhões. 
 
Volto a tocar num tabu (correndo enorme risco): Por que não colocam em debate a desapropriação do Estádio de Futebol, construindo uma moderna e econômica arena para o Yuracan em outro local ? Numa parceria pública privada, poderíamos ter um excelente shopping à céu aberto no centro da cidade, com escolas de línguas, cursos noturnos, etc ?
 
Lembrem-se: Itajubá é nossa. 
 
ER
 
 
 

MOÇA BONITA

Karolina

O ÓDIO EMBAÇA A VISÃO

 
O ex-governador José Serra, que foi excluído da disputa presidencial pelo PSDB, em palestra para investidores,  afirmou que a situação econômica brasileira não é tão grave como a que vem sendo pintada por seu próprio partido.
"Eu não vejo que o quadro econômico seja tão calamitoso quanto se divulga. Não significa que estamos bem, mas o que não vejo é que seja tão calamitoso", afirma. Serra disse que os problemas relacionados à inflação e ao campo fiscal são menos graves do que se diz. "Há uma perda por ensaio e manobra em relação à inflação, mas não há o risco de descontrole inflacionário", disse. "Há perda de manobra na área fiscal, mas não há perspectiva de descontrole na área fiscal e muito menos de calote. Não há isso", concluiu.
Até em relação ao crescimento pequeno do PIB, ele colocou atenuantes. "O PIB por habitante, se crescer 2% este ano, em termos per capita, vai ser da ordem de 1,2%. Não é um desempenho negativo. Não chega a ser uma tragédia. Nada brilhante, nada desastroso."
 
Web

MORRO CHIC

 
O Morro Chic foi durante muitos anos o bairro mais tranquilo da cidade. 
Para o Morro Chic só existiam quatro acessos. Vindo da Vila Izabel, sem calçamento e três saindo da Praça da Estação Ferroviária e posteriormente da Rodoviária.
Residência do Coronel do Batalhão, dos Pereira Valente, dos Modestos, dos Cardosos, dos Grillos, dos Cazarini, da Dona Mariquinha Guedes, dos Gomes, dos Ribeiros, dos Correias, dos Bragas, , do Sr. Arlindo, dos Rotellas, dos Carneiros, dos Campos, dos Barros, dos Matos, dos Consôlis, dos Chiaradias, dos Hermetos, do Rev. Mário Lício, dos Del Duccas, do Mouras, dos Mauads, dos Galhardos, da Dona Adolfina, dos Peleteiros, dos Rezendes, dos Almeidas, dos Casttelani, dos Lorenzos, dos Siniscalchis, dos Machados e tantas outras famílias de bem. 
Hospital Escola e Igreja Presbiteriana.
Local onde até recentemente existiu uma das últimas matas da terrinha. A famosa Mata da Sá Chica.
Nunca se ouviu falar de clubes barulhentos, bares famosos (exceto o Bar Rubi, do Sr. Humberto Consôli).
Blocos de carnaval ? Jamais. Clubes de futebol ? Nunca.
De repente, por descuido geral, a tranquilidade foi se esvaindo.
Iluminação pública precária e vai e vem constante de desocupados.
Perigos evidentes à plena luz do dia.
Como deixaram acontecer isso com o mais aprazível bairro da cidade ?
Descaso.
 
ER

MIL OITOCENTOS E NOVENTA E SEIS ?

Um Povo Resignado e  Partidos sem Ideias

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem caráter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverossímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos atos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.


Guerra Junqueiro - 1896

IDADE DA PEDRA