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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

VITÓRIA...MAS QUE VITÓRIA ?

Diziam os petistas:
"essa nós vamos levar no primeiro turno". A certeza eram os primeiros sinais de fraqueza de Marina, balançando no ringue, sem saber como reagir aos golpes duros, fortes e incessantes, no baixo-ventre, no rosto, na cabeça. O nocaute era iminente e visível.
Com suas mãos magras de dedos finos, ela tentava se segurar nas cordas, enquanto aumentavam os golpes. De nada adiantavam os gritos de incentivo dos índios de Belo Monte e das reservas ameaçadas, nem o movimento das árvores da floresta amazônica como sacudidas pelo vento na vã tentativa de pedir socorro antes da próxima queimada. Marina tentou se defender no último momento, no último combate pela televisão, mas era tarde demais.
Faltou tato? Não, faltou respeito, porque entre os lutadores no ringue existe um código de honra. E mesmo no futebol. Quando a seleção brasileira se entregou em plena Copa do Mundo, os alemães poderiam ter feito dez ou quinze gols, era só querer. Mas não quiseram. Isso faltou à tropa de choque petista na luta contra Marina, adversária mas da mesma família, à qual hipoteticamente poderiam precisar pedir apoio, como agora acontece.
Celso Lungaretti, crítico de cinema e também de política, previu, faz alguns dias, com uma rara clarividência, no seu blog Náufrago da Utopia, o erro agora irremediável dos petistas - a campanha de desconstrução e desmoralização de Marina teria seu contraponto, um preço alto a amargar: a falta de apoio de Marina para o segundo turno, em outras palavras, a derrota. Porque não foi só a candidata a atingida pela onda de mentiras e de ofensas, mas todo seu eleitorado. E por que adotaram o mesmo método dos detratores de Lula, que a esses detratores tinha custado a derrota? De onde veio essa inspiração insana da necessidade de destruir Marina, se na verdade o principal inimigo era Aécio?
Os vencedores de ontem estão com a cabeça inchada e o gosto amargo da cevada na boca, mesmo porque no afã de destruir a frágil adversária, do mesmo sangue e do mesmo gene políticos, se descuidaram de São Paulo, onde sofreram um verdadeiro tsunami com perda de deputados federais, estaduais e a perda do senador Suplicy. E se perderem dia 26, tudo se esvanecerá. Na verdade, agiram como aprendizes kamikazes.
De onde virão os 8,5% necessários para a vitória? Dos nanicos? Do PSB? De Marina que chegou a ser insultada de agente da CIA, autora do acidente que custou a vida a Eduardo Campos e de ser vendida para os banqueiros? Mas de uma pessoa tão comprometida agora vale o apoio?

Rui Martins - Escreve direto de Genebra (condensado pelo blog)

ER

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