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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

NOUVELLE VAGUE

Truffaut
Nos anos 60 e 70, a diversão master na terrinha era o cinema. Os chics Presidente e Alvorada, o velhinho Apolo, o distante FI e o espetacular Cine Paratodos, na Boa Vista, é claro.
Por essa época, creio que por questão de contrato, exceto no Alvorada, que só passava "filmaço", os cinemas, obrigatoriamente, tinham que passar uma "bomba" francesa ou italiana.
A "esquerda caviar" da época não perdia uma sessão dessas.
Filmes da chamada "Nouvelle Vague".
Os filmes dos diretores como Godart, Truffaut, Resnais, provocavam na esquerda festiva estudantil, grandes debates nos bancos da Praça.
Fitas (assim eram chamadas) em P&B, parca iluminação, pessoal triste, músicas estranhas e histórias sem pé nem cabeça.
De repente, no meio do filme acontecia o fim. No fim, começa a história e o meio ficava perdido. Subitamente as cortinas fechavam, as luzes eram acesas, casais de namorados surpresos e assustados e a plateia atônita.
Ai de quem fizesse um comentário negativo sobre a película. Alta cultura.
A moçada (não tão moçada) que está comandando a cidade hoje, com certeza não tem conhecimento sobre esses filmes que marcaram um tempo. Mas na certa, os seus pais, sim.
Os velhos devem ter passado para a criançada a paixão pelos filmes da "Nouvelle Vague" ou do realismo italiano.
Tudo sem começo, meio e fim, ou inversamente.
Na terrinha, aparentemente, a administração municipal segue o roteiro francês.
Impera a sequência invertida, ou não.
Assim vejo.
Não questionem jamais, como nos filmes franceses.
Ou você é burro ou pessimista.
É a vida  

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