Um velho cientista político que conhece o PT como poucos comentava que vai
ser difícil tentar tirar, uma vez já instalados, os companheiros do poder.
Dizia ele, com preconceito e sarcasmo, que esse pessoal que tomava cachaça e
comia linguiça nos anos 70 no ABC paulista agora se acostumou aos "tapetes
grossos" de palácios e ministérios.
Isso também serve para tucanos e baianos.
Imagine-se quantas famílias sobreviveram, filhos foram criados e propriedades
compradas pelos políticos e servidores que vivem do dinheiro de feudos no
Brasil.
Os tucanos estão há quase duas décadas em São Paulo. O Carlismo de ACM
dominou a Bahia por 40 anos. E o "choque de gestão" de Aécio Neves mantém o
pessoal dele agarrado ao poder em Minas desde 2003.
Política no Brasil é um meio de vida para milhões de pessoas. É um projeto de
ascensão social às custas da sociedade. Quem detém esse poder se agarra a ele
como pode.
Suspeitas de superfaturamento na compra de trens e refinarias são apenas
meios de financiar essa permanência.
Mas nada se compara ao governo federal, o ente mais poderoso da federação.
Só os cargos de livre nomeação no Executivo passaram de 17,6 mil para quase
23 mil desde que o PT assumiu a Presidência, em 2003. São usados para tudo:
acomodar desde gente competente a parentes de políticos ou aliados que perderam
sua boquinha em outro lugar.
Sem falar num Orçamento de R$ 2,4 trilhões anuais, que controla tudo e a
todos, dos gastos do Bolsa Família e Previdência às transferências a Estados e
municípios.
Com Dilma caindo nas pesquisas e cada vez mais isolada, Lula está deixando a
porta aberta para a sua volta, se necessário.
Como qualquer outro em seu lugar, depois de 12 anos no poder os petistas não
arriscar perder esse meio de vida por nada.
Fernando Canzian (Folha)
Um comentário:
Não entendo vcs; o que tem de errado nisso? Quem ganha GANHA quem perde PERDE é a vida Zezinho. Se fosse o seui partidinho de merda que deixou tudo isso acontecer o que iria ser dito? Vamos deixar de hipocrisias, GANHA quem sabe GANHAR!
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