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segunda-feira, 31 de março de 2014

PANORAMA VISTO DA BOA VISTA

Milhares de artigos e reportagens, nos últimos dias, falam sobre o golpe militar de 1964.
Resumo, na opinião de um humilde observador:
 
Já concordei com o nome de "revolução de 64". Hoje, creio que o título de "golpe" define melhor.
Lembro-me do 31 de março e 1º de abril de 1964. Vivia na Boa Vista, é claro, os meus lúcidos 16 anos. Acompanhava a política pelo rádio, um pouco pela TV e muito pelos jornais.
Tirando o pessoal do governo e uma fatia mínima da imprensa, o país aplaudiu de pé a deposição do Jango Goulart.
O Brasil estava virando uma zona. A disciplina era zero. Até Cabo da Marinha dialogava direto com o Presidente da República.
Jango não era comunista. Simplesmente estava perdido.
Os militares, no princípio, foram carregados nos ombros. Prometeram eleições diretas para o ano seguinte, 1965. Foram pegando gosto pelo poder, ficando, ficando.
Iniciaram-se os movimentos pela volta da normalidade. Surgiram os movimentos para trocar uma ditadura por outra.
O Presidente Castelo, até que era mais ou menos. A coisa engrossou de vez com a "eleição" do Costa e Silva.
Escureceu totalmente com a triste edição do AI-5, em dezembro de 68.
Os militares confirmaram suas intenções quando da doença do Costa e Silva,  a posse dos "três patetas" e o triste chapéu no Vice Pedro Aleixo.
Colocaram as garras de fora no Governo Médici (período mais duro da repressão). Enfrentaram a crise mundial do petróleo com o Geisel. Fim do milagre brasileiro e começo da distensão política.
Na sequência entrou o rude, para não dizer grosseiro, Figueiredo, que dizia apreciar mais o cheiro de cavalos do que de gente.
Meio que malemá, voltou a democracia com Tancredo Neves. Era para ser o início da mudança.
O destino empurrou para o comando o Sarney. Sim, esse mesmo que atua como imperador do Maranhão.
Pulem o governo Collor.
Aos trancos e barrancos, com privatizações, não muito claras, imposição de responsabilidade fiscal e estabilidade na economia (pulem projeto de reeleição), FHC cumpriu o seu papel.
Desde 2002 o país vive e assiste o aparelhamento do Estado pelo PT.
A premiação da incompetência, a compra de votos através de "programas", dirigentes partidários cumprindo penas em celas, mentiras sem fim, parcerias com ditadores de plantão, esfacelamento de empresas públicas e corrupção desvairada.
Aconteceu incompetência dos militares ? Sim. Corrupção nos outros governos que passaram ? Sim.
Mas nunca de maneira tão escandalosa e aviltante.
 
É a vida...
 
ER

     

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