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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A PERIGOSA FANTASIA

Ele tropeça na etiqueta digital, tuíta em maiúsculas, escreve particularidades em 'timelines' alheias
Entende-se por "tio" aquele indivíduo que, independentemente de idade, gênero ou parentesco, caracteriza-se pelo descompasso que tem em relação ao ambiente em que vive.
Há tiozinhos e tiozões, tiazinhas e tiazonas. Em comum, tropeçam os pés publicamente nos tapetes das etiquetas digitais, tuitando em maiúsculas, escrevendo particularidades em timelines' e desafiando regras da gramática em frases de linguagem atribuídas aos mais jovens.
Há retro-tios, azedos e pessimistas, que se recusam a ver utilidade nos equipamentos digitais. Têm saudades de suas Olivettis, portam lenços nos bolsos externos dos paletós e proclamam que não existe música depois de Miles Davis. Muito se falou deles e de sua teima em questionar o progresso. Deixo-os em paz por estarem em extinção.
Tão anacrônicos quanto eles estão os cibertios, que adotam a terra do nunca da internet para combater a maturidade. On-line todos são belos, jovens e saudáveis, antenados com o que há de novo.
A personalidade digital é mais feliz por definição. Por ter se livrado deste fardo mortal, ela está livre para atingir os objetivos mais surreais. Mais assertiva, e corajosa, ela é mais forte e muito sexy.
O meio ajuda. Invisibilidade, anonimato, ilusão de proximidade e falta de hierarquias ou divisões grupais reforçam as ilusões de um ego sem fronteiras, cada vez mais desconfortável ao lado daquela que sempre foi a única personalidade.
Experimentos de massa praticamente ilimitados, as redes sociais são a nova fronteira do faroeste digital, encorajando grandes sonhos, comportamentos heroicos e riscos incompatíveis com o mundo real.
A sensação de se estar à parte das regras convencionais, de se operar em um vácuo econômico, jurídico e ético em busca de novas minas de ouro invalida, em parte, o contrato social ao encorajar desvios de comportamento sem precedentes.
Delírios de grandeza, invencibilidade, indestrutibilidade, imortalidade, narcisismo, morbidez, impulsividade e psicopatias diversas mostram o lado negro do mundo da fantasia, em que o digital, sem vergonha nem culpa, se mistura ao real.
À medida que os comportamentos on-line são incorporados ao mundo off-line, as personalidades inevitavelmente se misturam, tornando suas vítimas progressivamente impacientes, impulsivas e insensíveis. Como recém-nascidos.
As redes sociais se tornaram, para muitos, um espaço de regressão, em que muitas imaturidades e petulâncias inaceitáveis no mundo real se tornam a regra. O mundo virtual virou espaço conveniente para se esquivar das complexidades da vida adulta e voltar à infância.
No livro "A Sociedade do Espetáculo", Guy Debord mostra como a vida social vem sendo progressivamente substituída por sua representação. Um declínio do "ser" para o "ter", e deste para o mero "aparentar". O espetáculo, segundo ele, não é uma coleção de imagens, mas uma relação social entre as pessoas, mediada por imagens.
E o espetáculo prejudica a qualidade de vida, a autenticidade, a percepção e o pensamento crítico.
De Facebook a Pinterest, de Twitter a Lulu, o espetáculo nunca para. Seu único objetivo é entreter e ser prontamente esquecido, para a tristeza dos que precisam trabalhar no dia seguinte.
 
Luli Radfahrer

MOÇA BONITA

Fernanda

PRÁ PENSAR

 
Vez por outra a gente depara com uma informação que nos coloca a pensar. Falo da coluna do jornalista Leão Serpa publicada na Folha de São Paulo de ontem (segunda feira 9/12).
Raciocine:
 
"Investir em estacionamentos é um erro trágico: quanto mais vagas, mais congestionamento."
 
O senso comum pensa que carro parado está fora do trânsito. Mas devemos lembrar que para chegar ao estacionamento, o carro saiu de casa, aumentando a circulação de veículos.
 
O tema está em debate, face a um projeto de lei da Prefeitura de São Paulo que prevê a construção de dezenas de prédios de garagens na cidade, em parceria com a iniciativa privada. A justificativa da proposta é a de que faltam locais de estacionamento na cidade e seria preciso construir garagens verticais para suprir essa carência.
 
No mesmo jornal, no início do ano, os urbanistas Marcos Lisboa e Philip Yang, opinaram que as vagas de rua deveriam ser eliminadas, as calçadas alargadas e criados prédios-garagens.
 
Voltando à coluna do Leão Serva: Eliminar estacionamento junto às calçadas, é consenso entre os que combatem a prioridade ao automóvel nas cidades. Mas essa medida não pode ser compensada com vagas em outro formato: para desincentivar o carro, é necessário eliminá-las, e ponto.
Os espaços nas ruas devem ser usados para aumentar calçadas e ciclovias, como fez a cidade de Buenos Aires ao criar cerca de 400 km de faixas para bicicleta.
 
Seria bom que os administradores, aqui na terrinha, pensassem um pouco no assunto.
 
ER  

JÁ FOMOS FLUMINENSE

 
No bom sentido, é claro. Todos nós da terrinha já fomos fluminenses um dia.
Explico:
Até o dia 9 de novembro de 1709, as terras que atualmente constituem o município de Itajubá pertenciam ao Rio de Janeiro. A Carta Régia  desse dia criou a Capitania de Minas Gerais e São Paulo, em uma única, desmembrando-a do território fluminense.
Minas Gerais iria se separar de São Paulo em 1720.
Continuaram Fluminense e consequentemente sofredores, o Virgílio, Dalton Barbosa, Gino, Gilbertinho e o Junior Bastos e família.
 
Um pouco de história.
 
(dados Armelim Guimarães)

ER   

JÁ FAZ TEMPO

 
Ouvido hoje na Feira Livre da Boa Vista:
 
- Ô Cumpadre, por que será que a maioria dos vereadores quer legalizar o maltrato aos animais, com essa burra Lei de Rodeios ?
 
- Cumpadre, não é bem assim. Vereador, a maioria deles, funcionam como imã ao contrário, com relação ao povo, depois de eleitos. Automaticamente se afastam.
 
- Éh...faz todo o sentido.
 
- Explico: O eleitores, após a posse dos eleitos, ou melhor, o entronamento ou coroação, vai tocar o dia a dia. É a vida. 
 
- Os eleitos passam a ser assediados e bajulados por pessoas ou grupos que têm interesse comercial em alguma coisa. Empolgados, viram as costas para a vontade popular e seguem adiante. Reparem no pessoal presente nas reuniões da Câmara, onde alguma vantajosa questão está sendo votada. Na primeira fila se acomodam os secretários da prefeitura e empresários.
Impressionante é o ritual de caras e bocas que fazem, a medida em que os pronunciamentos lhes agradam ou não. Os vereadores que estão remando a favor do vento, se pronunciam com um olho nos companheiros e outro na plateia.
 
- Éh, mas e nas próximas eleições ?
 
- Esquece. Uns três meses dando tapinha nas costas do povo é suficiente para provocar um esquecimento geral. 
 
- Estamos lascados !
 
- Sim. É já faz tempo.
 
ER 



É DISCO QUE EU GOSTO


NELSON

A civilização ocidental não apagou totalmente a minha origem africana, e não esqueci os meus dias de infância, quando nos reuníamos em torno dos mais velhos para ouvir a riqueza de sua sabedoria e experiência. Era o costume dos nossos antepassados, e na escola tradicional em que crescemos. Ainda hoje respeito os mais velhos da nossa comunidade e gosto de conversar com eles sobre os velhos tempos, quando tínhamos nosso próprio governo e vivíamos em liberdade.

Mandela

PARABÉNS PRÁ NÓS