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sábado, 17 de agosto de 2013

FIM DA FABRICAÇÃO DE KOMBI


Meu Pai teve Kombi, uma que comprou ainda nova do Diretor do Sete de Setembro (escola noturna de contabilidade que funcionava no Grupo Velho) e outra zero bala, lançamento, com motor 1500. Com 18 anos, carteira de motorista nas mãos, fazia uma viagem ou outra,
aos domingos (folga da Kombi na padaria), levando gente para Aparecida do Norte (pessoal da zona rural) ou times de futebol para cidades vizinhas. Dava para defender uns trocos.
Histórias ? Muitas.
Lotação: Adultos dava para levar até 10. Com crianças, fechava os olhos para até 12.
Para Aparecida, saída às 5 horas para pegar a missa das 8 horas (só existia a Basílica velha).
Retorno, às 16 horas.
Pagamento: 120 contos. Bônus (desconto) de 20 contos, se ninguém vomitar (essa serra é uma desgraça para quem não está acostumado).
Vigiava pelo retrovisor. O pessoal ficava roxo, azul e amarelo, mas pelo desconto aguentavam até lá.
Quando desciam...era um tsunami.
Ah ! Já existia um cartel formado pelos proprietários de Kombi da cidade. Os preços eram combinados por kms rodados. Sem exploração. Era cobrado o justo.
É a vida.

ER 

MOÇA BONITA

Leila

GENTE HUMILDE

Ouvido hoje na Feira Livre na rua da Fepi:
 
- Ô meu chefe ! Pare de apertar a fruta. Vai levar ou não ? Deixe de fazer chicana !
 
- O quê ? Eu fazendo chicana ? Me respeite seu insolente ! Exijo que peça imediata desculpas ! Sou homem de família ! Pago os meus impostos em dia !
 
- Não vou pedir desculpas. Repito: O senhor está fazendo chicana !
 
- Infeliz ! Pode ficar com suas frutas. Não me interessam. A sua sorte é que não tem ninguém para me segurar ! Fique sabendo que posso processá-lo !
 
- Bah ! Vá cuidar dos seus direitos junto a justiça. E mais, fique sabendo que eu aprendi isso foi direto na fonte. Aprendi com os encapados lá de Brasília.
 
Pois é...
 
ER 

O TEMPO VUA !

Como diz sempre uma doce e idosa senhora nas vezes que nos encontramos:
- O tempo vua...
Quando criança na Boa Vista, no calor, portas e janelas dormiam abertas. Medo ? De ciganos que roubavam crianças bonitas para vender (nunca corri esse risco), de pinguços (eram poucos e conhecidos), da  Dona Marly que à noite virava bruxa, dois bons cidadãos (um sapateiro e o outro aposentado solitário), que viravam lobisomem nas enluaradas noites de sexta-feiras. Ah! e um dono de um pequeno buteco que tinha sido matador de aluguel lá pelo norte de Minas Gerais.
Crimes violentos ?
Um por causa de uma dívida de jogo e três por razões passionais.
Roubo ? Muitos, de galinhas. Participei de um jantar com galinhas roubadas (soube depois). Estava bom.
Mesmo em São Paulo, no começo dos anos 70, morando, Sonia e eu, no Bexiga e recém-formado, sem carro, circulávamos à noite pelo centro da cidade caminhando, sem risco. Íamos ao Pacaembu, ao Cine Metrópole na Praça da República, ao Mappin, Bar Brahma, sem maiores preocupações.
Hoje, em plena terrinha, vejo as pessoas atemorizadas ao meio-dia,com o sol a pino. Descem dos carros como se estivessem na Chicago do Al Capone. Checam os arredores, correndo os olhos por duas ou três vezes. Acionam o alarme e seguem com repetidos olhares para trás.
Casas gradeadas. Verdadeiros bunkers.
Sorrisos enormes para simples conhecidos como buscando segurança e solidariedade.
Sei não...
Deixa eu parar de escrever. Já são 18:00 horas. Vou passar os cadeados na janela, soltar o cachorro e aguardar atento a amanhecer, afinal amanhã é domingo.
Saudade dos lobisomens, assombrações, pé grande e  mula sem cabeça.
É a vida

ER

DEU NO JORNAL


Joaquim Barbosa tem que entender e ter paciência. Afinal, Lewandowisk e Tóffoli não estão no processo 470  para julgar ninguém. Estão atuando com afinco e determinação no propósito de conseguirem a diminuição das penas dos mensaleiros petistas condenados.

Clarin da Boa Vista

PHOTOGRAPHIA NA PAREDE

Soldados desembarcando em Passa Quatro - 1932

CHICANA