Translate

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

PRÁ PENSAR

 
"...A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."
 
Marina Colasanti

4 comentários:

Edson Riera disse...

Anônimo bem genérico,

Creio que não daria para ser. Caberia iniciativa.
Não aconteceu.

Zelador

Anônimo disse...

Zelador,

Entendi! Vc nao publicou meu comentario, mas captou a quem estava me referindo. Pelo menos, vi que concorda com a minha opiniao. Ganhou mais um ponto comigo, eu que ja era seu admirador.

Anônimo disse...

Essa não , anônimo do anônimo do anônimo e trocas de anonimalidades?

Nos bastidores do anonimato tem conversa?

Vamos fazer um código de anônimo?

Anônimo disse...

Isso é culpa do próprio zelador, que fica com medo de publicar nossos comentários.