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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

OS CORONÉIS DA POLÍTICA MINEIRA

A pouco menos de um ano das próximas eleições reitero a convicção de que a festa das urnas de dois em dois anos arrebenta o país. Não tanto pelas fortunas que são gastas, mas, especialmente, por conta do imobilismo que marca a administração pública e a ação dos governantes. Quando o prefeito e os vereadores são eleitos já contraíram dívidas morais com deputados e caciques da política que, dois anos depois, querem ganhar os postos mais altos na escala de poder. E é só isso que interessa: o poder.
E dane-se o Estado. Para começar, não há continuidade administrativa, ou seja, um prefeito aponta para um caminho e seu sucessor, logo após a posse, vai para o outro lado. O fisiologismo que marca a política brasileira impõe aos que são eleitos para nos representar amarras que os tornam cordeirinhos de quem está à frente do Executivo; assim, vereadores, deputados estaduais e federais não votam de acordo com sua consciência, com nossa necessidade, mas, salvo raras exceções, de acordo com o que convém ao prefeito, ao governador ou ao presidente, pois, assim, conseguem verbas, realizam obras eleitoreiras e se garantem na reeleição.
Consequência direta mais grave: as grandes intervenções, como duplicação da BR 381, a expansão do nosso metrô (na verdade nem temos um, mas apenas trem) e a rearrumação do Anel Rodoviário ficam nos discursos... Não são e nunca foram, de verdade, prioridade da nossa bancada de 53 deputados federais e mais 3 senadores em Brasília. Outro estrago que as eleições em profusão estão causando no nosso presente e, mais ainda, no futuro: para não contrariar o “politicamente correto”, nossos governantes não distinguem as manifestações saudáveis e democráticas dos atos de vandalismo e até terrorismo, criando um clima de vale tudo nas ruas... Ou alguém acha que não haverá punição rigorosa para quem incendiar um ônibus em Londres ou Nova Iorque?
Há uma consequência mais horrorosa. Os que têm o poder de negociar horários de propaganda com partidos pequenos e complicar a vida de quem não se junta a sua turma, tornam-se poderosos caciques que podem tudo. Eu estava lá, na coletiva em que o então governador Hélio Garcia anunciou o nome de seu candidato à Prefeitura da capital. Quando ele apontou para Joaquim de Melo Freire o escolhido quase desmaiou de susto. Recentemente, Aécio e Pimentel tiraram o nome de Márcio Lacerda da cartola e fizeram todo mundo engolir. Agora, Aécio, que mora no Rio, escala Pimenta da Veiga, que há décadas mora em Brasília, para ser o candidato; Pimentel, que sumiu de Minas desde a eleição de Dilma diz que é o outro candidato e os peemedebistas “apresentam” Josué, filho de José Alencar, como o “ideal”. Os poderosos mandam, os fracos obedecem – uns por amor, outros por medo. E a gente engole.

Eduardo Costa - Hoje em Dia

Um comentário:

Anônimo disse...

Os poderosos mandam, os fracos obedecem..

Ha anos, qual é a DUVIDA?