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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

VERDE QUE TE QUERO VERDE


Pleno regime forte ou seria ditadura.
Quarto Batalhão de Engenharia e Combate. Mais de mil jovens prestando serviço militar em tempo integral. Obrigatório o uso da engomada, fedida e grossa farda verde-oliva. Sapato preto grosseiro de bico redondo. Engolidor de meias.
Bibico verde na cabeça.
Tão importante quanto a posse da carteira de identidade militar, era o porte do cartão de cabelo com registros dos cortes efetuados (intervalo nunca maior de que sete dias).
Licença para usar trajes civis ? Dificílima. Dependia do comportamento e horários cumpridos.
Era concedida ou para sábado ou para domingo. Jamais para os dois numa mesma semana. Para circular pelas ruas ? Nunca. Tão somente concedidas para a participação em eventos em locais fechados.
Registre-se que com validade para parcas 2 horas. Das 19:00 às 21:00 horas
Jovens de todo o sul de Minas, prestando serviço militar na terrinha, pediam permissão para participar de um coquetel dançante no Clube Itajubense. Mais de quinhentos no sábado e outro tanto  no domingo.
Jovens humildes que jamais pisaram no centenário e elitizado clube, teoricamente flanaram por seus salões durante todo o ano de 1966. Artifício conhecido e tolerado pelos superiores.
Afinal, o Clube Itajubense ficava na Praça Principal onde as mocinhas também mais humildes circulavam pelo passeio de baixo. O andar de cima era reservado para as classes média e alta.
Flertar e namorar soldado, nem pensar. Pegava até mal.
Justificativa sempre dada quando o soldado era abordado pela rígida PM:
- Estou a caminho do Clube ou estou indo para casa, de saída do Clube.
Uma namoradinha aqui, outra troca de palavras ali, sempre driblando a patrulha.
- Não estou parado na Praça não Senhor. Estou só dando uma descansada para chegar até o Clube.
Ah! o responsável pelas permissões era o Cabo Humberto Chiaradia.

ER

2 comentários:

Anônimo disse...

Vc anda conversando muito com o ALDO ta ficando VERDE? De raiva ou verde Oliva?

Humberto disse...

Edson,

Bons tempos... Todo final de semana eu fazia ( datilografava ) mais de 150 permissões ( só na Cia. de Comando ) para podermos " sair à paisana ". Éramos forçados a mentir, porque andar fardado nas noites de sábado ou domingo só mesmo aqueles muito " Caxias ".

Já fiz algumas maracutaias, todas já prescritas. Fazia desaparecer alguns " boletins de alteração " dos amigos que me pediam. O meu amigo Edson Paiva ( Edinho ) foi um dos beneficiados.

Como eu era um ótimo datilógrafo ( trabalhei alguns meses no Cartório do Sr. Affonso Costa ) a minha passagem pelo exército foi " light ".

Valeu a lembrança...

Humberto.