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terça-feira, 18 de junho de 2013

CARTAS QUE NÃO RECEBI

Brasília, 17 de junho de 2013.
Prezado Senhor,
Começou a acontecer o que, inevitavelmente, tinha que acontecer. Sem faltar com o respeito, estamos sendo levados a tomar a iniciativa.
Registramos que, ouvir as suas histórias contadas seguidamente, e já disformes pelo tempo e falhas naturais da memória, não nos bastam mais.
As românticas participações em passeatas em 1968, panfletos de protestos rodados em ultrapassados mimeógrafos em 1969, e tímidas pichações "ianques go home" feitas pelas madrugadas nos escondidos muros da cidade, ficaram no tempo. 
Dezenas de passeatas em 1982, pelas eleições diretas, conseguiram agitar o país. O expurgo de Collor foi também um bom momento. Mas ficaram na poeira.
A sua geração nos parece cansada.
Anestesiados por um bom momento vivido pelo mundo, vocês se extasiaram com carros novos, crédito fácil, yogurtes, picanhas mal passadas, tvs de tela plana, celulares que, inclusive, servem para telefonar e a famigerada criação de quotas e bolsas.
Assistiram nas poltonas de couro sintético empreguiçarem o Brasil.
O grande país tornou-se uma grande fazenda. Uma bem sucedida fazenda, produzindo soja, milho, papel, carne e minerais diversos para o mundo.
O Estado foi aparelhado pelo partido no poder. Na falta de quadros competentes, companheiros sem o mínimo preparo foram instalados nos principais postos da Nação. Vergonhosamente, aquela que foi a nossa maior empresa (Petrobrás) arrasta-se pelos guichês de bancos tentando levantar recursos.
O Brasil se tornou o "bobão" do mundo.
Imperialista de araque.
Os seus líderes, atentos ainda a leituras de cartilhas de esquerda do século 19, saem enterrando os parcos recursos do país em obras a fundo perdido em países da África, dirigidos por conhecidos ditadores e em países vizinhos dirigidos por pequenos tiranetes. Tudo em busca de pobres votinhos para influenciar as decisões nos organismos mundiais. 
A peste da incompetência espalha-se por todo o país, atingindo todos os níveis da administração pública. Senadores, deputados e vereadores, tornaram-se os donos da verdade.
Judiciário vaidoso e exército sucateado.
O povo, Ah... o povo. Mero e pacato coadjuvante.
Pacato mas começando a cair na realidade. Impossível não comparar  o fausto bilionário das arenas erguidas com o seu dinheiro e os corredores frios, úmidos e lotados dos hospitais.
Prezado Senhor, entenda que o dique rompeu.
Só queremos um Brasil melhor.
Anônimo (somos milhões)

ER





2 comentários:

Humberto disse...

Edson,

Com a sua permissão, faço minhas as suas palavras !!!

Estive em Portugal no mês passado e conversando com uma recepcionista ( muito informada e antenada )de um hotel na cidade do Porto, eu fiz a seguinte pergunta : O quê aconteceu de errado para Portugal estar nessa situação tão ruim economicamente ?
Sem nem pensar ela respondeu : má gestão e crédito fácil. Quase todos os portugueses estão endividados e como não tem como pagar colocam tudo à venda, mas obviamente não também não tem compradores. Os imóveis em alguns casos desvalorizaram cerca de 60 por cento nos últimos 3 anos.

Infelizmente os governantes não aprendem com a história, corremos o mesmo risco dos nossos patrícios.

Humberto.



Anônimo disse...

Muito cômodo fazer média o fempo todo...kakakakak, hajahahahjajajajajjahajahjajajajajaj