Deu no Estadão
Uma nova alternativa para facilitar a validação de diplomas de Medicina obtidos
no exterior está em discussão no governo. A ideia é alterar a metodologia do
Revalida, exame exigido de profissionais interessados em trabalhar no País. Pela
proposta, a definição do padrão de dificuldade das questões, hoje atribuição de
professores e médicos, passaria a ser feita por alunos no fim do curso.
Defensores da mudança afirmam que a medida tornaria o exame mais justo.
O número de brasileiros interessados em validar o diploma no Brasil deve
crescer. Ontem, o Estado mostrou que, depois de Bolívia e Cuba, a Argentina é o
novo destino de estudantes que desejam cursar Medicina mas não conseguem vaga em
uma universidade pública e não têm recursos para pagar um curso particular, cuja
mensalidade custa, em média, R$ 5 mil.
Oferta. A mudança nas regras do Revalida é discutida desde 2012. A medida é
considerada como uma saída de curto prazo para aumentar a oferta de
profissionais no mercado, como quer a presidente Dilma Rousseff.
Uma das ideias em debate é uma espécie de estágio para graduados em uma lista
de faculdades. Os alunos receberiam uma autorização provisória para trabalhar na
rede pública por certo período. Terminado o prazo, o profissional poderia
continuar trabalhando no País, sem necessidade da realização do Revalida.
Em janeiro, a Associação Brasileira de Municípios (ABM) entregou carta
endereçada a Dilma exigindo a adoção de medidas para resolver a falta de médicos
no mercado. Entre as propostas estava o incentivo para “importação” de médicos
formados no exterior. Prefeituras afirmam que, diante da falta de médicos, têm
de se submeter a “leilões” para poder contratar profissionais.
Entidades médicas contestam os dados. Afirmam que o maior problema do País
não é a baixa quantidade de médicos, mas a distribuição irregular dos
profissionais. “Defendemos uma política de fixação de médicos, a criação de uma
carreira de Estado, como a de juiz: com progressão de carreira, incentivos”,
afirma o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila.
Ele argumenta que, mesmo se houvesse poucos profissionais, a última
alternativa deveria ser a flexibilização das regras do Revalida. “Nenhum país
sério faz isso. E o resultado sabemos muito bem qual seria: médicos
despreparados para população mais carente. O problema de saúde pública não seria
resolvido. No máximo seria uma solução no papel.”
Estadão
3 comentários:
Acho que muitos médicos formados no exterior são bons. Poderiam fazer a prova e, se passarem, ficar determinado tempo em uma área determinada pelo governo. É justo e bom para todos.
Se tivesse prova, metade dos medicos brasileiros nao passariam.
Triste, mas ocorre com a medicina o que antes aconteceu com odonto e direito, ou seja, qualquer um faz (basta pagar a mensalidade).
Infelizmente a Fmit nao é um oasis em meio ao deserto.... A Fmit tambem é deserto.
Acho que a FMIt tenta não ser um deserto, ao menos no momento. Adianto que nada tenho com a faculdade, nunca fui professor, mas vejo que os alunos dela sempre se saem bem. Então que existe algo bom, existe.
Se a prova fosse da área, muita gente passaria sim. Eu, claro, não passaria em medicina geral, mas garanto que em oftalmologia tiraria as maiores notas. Claro. Isso em todas as profissões. Agora, que existem alunos irresponsáveis que fazem essa prova sem estudar o mínimo, é verdade. Teriam de encontrar outro modo de fazer a avaliação. No mesmo ambiente onde temos uma alta inteligência, temos uma besta. Onde temos pessoas interessadas, estudiosas, temos outros que só querem passar o tempo e depois ficar tirando plantão para ganhar dinheiro, salve-se quem puder.
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