"As pessoas ainda confundem nosso trabalho. Acham que cuidado paliativo é
usar band-aid", disse Marco Tullio Figueiredo à Folha, em 2004.
Professor da Unifesp durante anos, o médico foi criador e chefe do
Ambulatório de Cuidados Paliativos da instituição - assim como toda a sua
equipe, era voluntário.
Mineiro de Belo Horizonte, Marco Tullio passou parte da infância e juventude
em Poços de Caldas, onde o pai, engenheiro civil, foi prefeito.
Formou-se em medicina no Rio, em 1948, e fez residência nos EUA. O doutorado,
na Unifesp, foi em patologia.
Trabalhou no Hospital do Câncer e na Beneficência Portuguesa, em São Paulo,
onde atuou como responsável pela parte de anatomia patológica.
Nos anos 90, teve os primeiros contatos com a área de cuidados paliativos
(voltados a pacientes com doença crônica, fora da possibilidade de cura ou
melhora, como conta a mulher, a médica e professora Graça Mota Figueiredo).
Eles se casaram em 2006, um ano depois de Marco Tullio ter perdido a primeira
mulher --mãe de seus quatro filhos.
Na Unifesp, criou as disciplinas de tanatologia (estudo da morte) e cuidados
paliativos. Três anos e meio atrás, foi para Itajubá (MG), trabalhar na
faculdade de medicina.
Em 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de SP batizou a enfermaria
de cuidados paliativos com seu nome.
Era falante, gentil e dedicado ao próximo, segundo a mulher. No começo do
mês, ao final de uma banca de mestrado da qual participava, sofreu um acidente
vascular cerebral isquêmico. Morreu na quarta (20), aos 87 anos. Teve cinco
netos e um bisneto.
Folha
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