Antes que me torne um eremita completo, ocuparei este espaço para falar e discutir um pouco, com simplicidade, sobre a vida, com suas alegrias e tristezas. Pode ser que acabe falando comigo mesmo. Neste caso, pelo menos prevalecerá a minha opinião.
Ontem assisti o filme LINCOLN. Só podia ser de Spielberg. A grandiosidade do filme está na história em si e na competência do trabalho do ator Daniel Day-Lewis. Forte candidato a levar o Oscar. O filme enfoca apenas os quatro últimos meses da vida de LINCOLN como Presidente dos EUA. Com mais de duas horas de duração o filme mostra a complexidade das negociações para aprovação da 13ª Emenda no Congresso (Abolição da Escravatura), depois de 4 anos de uma guerra civil. A Guerra estava quase no fim, mas Lincoln sente que urge aprovar a emenda. Por quê? Justamente para evitar por lei constitucional qualquer possibilidade de que os escravos libertados fossem re-escravizados. Era cortar o mal pela raiz. O drama de Lincoln era o drama que os próprios republicanos viviam naquele momento: muitos podiam ser a favor de acabar com a escravatura, mas eram contra a igualdade completa das raças branca e negra. Aí está o fio da navalha na aprovação da Emenda. Ou seja, se a aprovação da 13ª Emenda fosse vista como sonho de igualdade racial, não passaria de jeito nenhum. Quando deixei o cinema com meu filho, duas coisas ficaram na minha cabeça: 1) O interesse pessoal no processo de cabalar votos para uma causa, ainda que a causa seja boa. As negociações atrás de um ou dois votos mostram o toma-lá-dá-cá da política. As pressões, os bastidores, as concessões de favores, entrega de cargos, enfim, o triste mensalão... 2) Imaginar que Lincoln foi o 16º Presidente dos EUA, enfrentou uma guerra sangrenta para acabar com a escravatura... e já o 44º Presidente dos EUA é um negro? Reeleito! Vale a pena, antes de entrar no cinema para ver Lincoln, ler sobre o período e se familiarizar um pouco com a História. Haverá ganhos no entendimento do filme. Sobretudo se for com os filhos, pois o filme é uma belíssima aula de política, de história e de vida. Vale a pena assistir antes da entrega do Oscar. Bah
2 comentários:
LINCOLN, o filme da vez
Ontem assisti o filme LINCOLN. Só podia ser de Spielberg. A grandiosidade do filme está na história em si e na competência do trabalho do ator Daniel Day-Lewis. Forte candidato a levar o Oscar.
O filme enfoca apenas os quatro últimos meses da vida de LINCOLN como Presidente dos EUA.
Com mais de duas horas de duração o filme mostra a complexidade das negociações para aprovação da 13ª Emenda no Congresso (Abolição da Escravatura), depois de 4 anos de uma guerra civil.
A Guerra estava quase no fim, mas Lincoln sente que urge aprovar a emenda. Por quê? Justamente para evitar por lei constitucional qualquer possibilidade de que os escravos libertados fossem re-escravizados. Era cortar o mal pela raiz.
O drama de Lincoln era o drama que os próprios republicanos viviam naquele momento: muitos podiam ser a favor de acabar com a escravatura, mas eram contra a igualdade completa das raças branca e negra. Aí está o fio da navalha na aprovação da Emenda. Ou seja, se a aprovação da 13ª Emenda fosse vista como sonho de igualdade racial, não passaria de jeito nenhum.
Quando deixei o cinema com meu filho, duas coisas ficaram na minha cabeça:
1) O interesse pessoal no processo de cabalar votos para uma causa, ainda que a causa seja boa. As negociações atrás de um ou dois votos mostram o toma-lá-dá-cá da política. As pressões, os bastidores, as concessões de favores, entrega de cargos, enfim, o triste mensalão...
2) Imaginar que Lincoln foi o 16º Presidente dos EUA, enfrentou uma guerra sangrenta para acabar com a escravatura... e já o 44º Presidente dos EUA é um negro? Reeleito!
Vale a pena, antes de entrar no cinema para ver Lincoln, ler sobre o período e se familiarizar um pouco com a História. Haverá ganhos no entendimento do filme. Sobretudo se for com os filhos, pois o filme é uma belíssima aula de política, de história e de vida.
Vale a pena assistir antes da entrega do Oscar.
Bah
P.S Esse comentário acima é de Silvestre Gorgulho. Eu ainda não vi o filme.
Bah
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