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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

LADRÃO DE GALINHA

Via email do Ivan Mattar, como todos de São Gonçalo que passaram estudando pela terrinha, bom de história.
 
O juiz Ronaldo Tovani, 31 anos, substituto da comarca de Varginha, ex-promotor de justiça, concedeu liberdade provisória a um sujeito preso em flagrante por ter furtado duas galinhas e ter perguntado ao delegado: "Desde quando furto é crime neste Brasil de bandidos?"
O magistrado lavrou então sua sentença em versos:
 
"No dia cinco de outubro/Do ano ainda fluente/Em Carmo da Cachoeira/Terra de boa gente/Ocorreu um fato inédito/Que me deixou descontente./O jovem Alceu da Costa/Conhecido por "Rolinha"/Aproveitando a madrugada/Resolveu sair da linha/Subtraindo de outrem/Duas saborosas galinhas./Apanhando um saco plástico/Que ali mesmo encontrou/O agente muito esperto/Escondeu o que furtou/Deixando o local do crime/Da maneira como entrou./O senhor Gabriel Osório/Homem de muito tato/Notando que havia sido/A vítima do grave ato/Procurou a autoridade/Para relatar-lhe o fato./Ante a notícia do crime/A polícia diligente/Tomou as dores de Osório/E formou seu contingente/Um cabo e dois soldados/E quem sabe até um tenente./Assim é que o aparato/Da Polícia Militar/Atendendo a ordem expressa/Do Delegado titular/Não pensou em outra coisa/Senão em capturar./E depois de algum trabalho/O larápio foi encontrado/Num bar foi capturado/Não esboçou reação/Sendo conduzido então/À frente do Delegado./Perguntado pelo furto/Que havia cometido/Respondeu Alceu da Costa/Bastante extrovertido/Desde quando furto é crime/Neste Brasil de bandidos?/Ante tão forte argumento/
Calou-se o delegado/Mas por dever do seu cargo/O flagrante foi lavrado/Recolhendo à cadeia/Aquele pobre coitado./E hoje passado um mês/De ocorrida a prisão/Chega-me às mãos o inquérito/Que me parte o coração/Solto ou deixo preso/Esse mísero ladrão?/Soltá-lo é decisão/Que a nossa lei refuta/Pois todos sabem que a lei/É prá pobre, preto e puta.../
Por isso peço a Deus/Que norteie minha conduta./É muito justa a lição/Do pai destas Alterosas./Não deve ficar na prisão/Quem furtou duas penosas,/Se lá também não estão presos/Pessoas bem mais charmosas./Afinal não é tão grave/Aquilo que Alceu fez/Pois nunca foi do governo/Nem seqüestrou o Martinez/E muito menos do gás/Participou alguma vez./Desta forma é que concedo/A esse homem da simplória/Com base no CPP/Liberdade provisória/Para que volte para casa/E passe a viver na glória./Se virar homem honesto/E sair dessa sua trilha/Permaneça em Cachoeira/Ao lado de sua família/Devendo, se ao contrário,/Mudar-se para Brasília!"

(Email -Ivan Mattar)

Um comentário:

Aldo disse...

Uma vez assaltaram minha casa. Levaram todas as jóias da Angela, o que nos motivou a nunca mais comprar nada disso. Um dia a policia de Paraisopolis nos avisa que haviam prendido um dos assaltantes, um japonesinho. Esse foi trazido para Itajubá, e falou sobre a quadrilha de SJC encomendada por um pintor que trabalhou lá em casa, um tal de Val. Pois bem, chegou o advogado do Japa, e alegou entre outras coisas que ele próprio era alibi do sujeito, pois estavam juntos. Só que o juiz aqui era o Tovani. Não deu em outra: mandou recolher o advogado na mesma cela do japonês.