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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

Penso que não existem mais.
Escrevo sobre os livros de bolso, com histórias curtas, de fácil entendimento, interessantes e que prendiam a atenção do leitor. Dominaram o mercado até o princípio dos anos 70.
Os livretos com histórias do farwest dominavam as paradas. Eram vendidos (não existiam bancas de jornais) na Casa Del Prette, na Pça Theodomiro Santiago (na época, Cesário Alvim).
Ficou famoso o mercado aberto para trocas de livros de bolso e gibis, defronte ao Cine Paratodos, na Boa Vista. Fervia antes das sessões.
Em cena o vilão da história. Um sujeito, também da Boa Vista, solícito e amável, colocava a sua insuperável coleção a disposição dos amigos. Logicamente com o compromisso de pronta devolução.
Por que vilão ?
O sujeito, hoje um respeitável cidadão na terrinha, tinha o capricho, após ler o seu exemplar, extrair com cuidado, pressumivelmente com gilete, justamente a folha chave da história, quando crimes, assassinatos, etc, eram desvendados.
Imaginem a situação do ávido leitor, quando à meia-noite, sob a luz trêmula da lâmpada de 15 velas do abajur, atingia a encruzilhada da história.
PQP !
Procurado no dia seguinte, o tal sujeito (dono do livro) passava por bobo e vendia caro a cessão da folhinha elucidadora da trama.  
Onde estava a sua satisfação nisso, nunca soube.
É a vida...

ER 

PHOTOGRAPHIA NA PAREDE

Jane Fonda e Alain Delon

HOMEM DE VALOR

Sujeito diferente. Fora do seu tempo. Contemporâneo em Passa Quatro de rebelde revolucionário como o Oswaldão do Araguaia e do mais marqueteiro do que revolucionário, Zé Dirceu. Péssimo aluno do famoso Colégio São Joaquim de Lorena. Rebelde por natureza.
O conheci no inicio dos 60 no Colégio dos Padres, em Itajubá. Gordinho, irriquieto, bochechas vermelhas e trajando uma novidade total: Uma jaqueta de um tecido brilhante, meio furtacor, enfim espacial, repito, espacial, não especial.O destaque da indumentária, que se tornou famosa (foi tombada pelo Patrimônio Histórico de Virgínia), ficava para a grande gola de pêlo de algum bicho. A última coisa parecida vista em Itajubá, foi a jaqueta usada pelo Rock Hudson atuando como piloto de caça num filme sobre a guerra da Coréia, que fez rolarem muitas lágrimas das meninas (mais tarde, quase todas recolhidas, quando o artista se declarou gay).
Um único senão. Fevereiro. Verão lascado. Picolé de côco queimado do Sr. Edgar derretendo antes se chegar nos bancos da praça, e gordinho não tirava a jaqueta.
E fazia muito bem, pois ela chamava a atenção.
Lógico que não escapou. Para todo o Colégio e Cidade, passou a ser chamado de esquimó.
Os anos foram passando, sempre cercado de grandes amizades e de grandes polêmicas. Chegaram os Beatles, tempo no exército, cadeias revolução e primeiras encrencas políticas.
Faculdade de Medicina, mais complicações, formatura, tempos fora, até ganhar na megasena sózinho ao casar com a Angela.
Fixação profissional em Itajubá, filhos maravilhosos e polêmicas, polêmicas e polêmicas. Muita participação na comunidade, muita ajuda aos mais necessitados e o encaramento sem tréguas com as injustiças.
E desenfreada paixão pela cantora ítalo-americana, Connie Francis.
Como todos, às vezes se engana ao fazer análise de pessoas e as vezes empunha bandeiras sem chances de vitória, apenas pelo prazer da luta. Às vezes parece que o destemor se mistura com a ingenuidade. É típico dessa raça.
Um Dom Quixote com perfil físico do Sancho Pança.
Esse é o cidadão apaixonado por boas músicas, por fotografias, causas quase que perdidas e principalmente, pessoas.
Todos sabem que falo do Dr. Aldo, literalmente um homem de visão e de bem.
Hoje, bem cercado de familiares (com a Maria Clara no colo) e amigos, completa mais um ano de vida.
Ao seu lado, com certeza, de tédio jamais morreremos.
Meu amigo.
 
ER


FECHADO PARA BALANÇO

Pensei no assunto no final de semana e preocupei-me. Encerro 2012 tirando zero no conhecimento de novas músicas. Nem umazinha. Se concederem o prêmio da Sena acumulada para quem assoviar, mesmo que um pedacinho, uma canção lançada no decorrer do ano, estaria eliminado de imediato.
Com prazer, ouvi músicas diariamente em 2012. 
Me assustei. 
Tão somente lançamentos de anos anteriores. E para falar a verdade, de anos bem anteriores. A maioria de séculos atrás.
Alguma coisa boa deve ter surgido no decorrer do ano. Não fui avisado e tão pouco senti atraído por sons vindo de rádios ou TV.
Musicalmente falando, estou me considerando uma ilha situada na Boa Vista.
Pior, creio que não existem mais chances de atualização.
Ficarei doravante só com minhas " velhinhas".

ER  

VERSOS DEFINITIVOS

Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar


Noel Rosa

EM BRASÍLIA...