Sou do tempo que os enterros eram no braço. Nada de funerárias e velórios profissionais. Quem partia definitivamente poderia ter morado na Vila Izabel, Boa Vista, Avenida, Villa Poddis, Rodovia, e fosse onde fosse. Os féretros seguiam a pé, com seis homens se revezando nas alças do caixão.
A medida que a procissão avançava, o séquito era acompanhado pelo ruído das portas de aço, das casas comerciais, sendo baixadas. Últimas homenagens.
Aí da loja que não seguisse o ritual. Perdia fregueses definitivamente.
Como a Rua Nova era comprida...Não acabava nunca.
Terrível era a perspectiva da subida do cemitério.
Os enterros aconteciam sempre depois das 16:00 horas (não existia ainda o horário de verão), quando o sol já dava sinais de trégua.
Do ponto original saiam sempre de 50 a 100 pessoas. Iam rareando pelo caminho, de forma disfarçada.
Hoje, os corredores da São Silvestre reclamam da subida da Brigadeiro Luis Antonio ???
Aquilo não é nada. Pic-nic.
Atingir a Escola de Química (prédio) no revezamento, era coisa para heróis (amigos do peito, filhos, genros e outros devedores)
E a reta final em acentuado aclive ?
Mesmo com todo sufoco, creio que todos os participantes preferiam estar levando do que serem levados.
Na volta, obrigatoriamente eram encaradas algumas cervejinhas no Bar Acadêmico, acompanhadas de belas estórias daquele que havia tomado o barco.
Outros tempos.
ER