Pasquale Cipro Neto escreveu hoje na Folha:
"Lá vou eu, hoje a festa é na..." Não é.
Nada contra quem acha que a festa é na avenida, mas como diria Zé Simão, "vai indo, que eu não vou". Aliás, vou, mas para outro lugar. Carnaval ? Me inclua fora dessa,pelo amor de Deus !
Tenho horror a qualquer tipo de tumulto, multidão, barulho etc.. tenho pavor de gente enlouquecida e embriagada, que não respeita nada de nada nem ninguém.
Ligar a TV? Impossível! Vinhetas, sambas-enredo iguaizinhos, produzidos em série, propagandas tolas e fúteis de cerveja, difusão da ideia de que a felicidade está aí, chegou a hora, vamos...
Andar pela rua? Arriscado - nem preciso explicar por quê. Ficar em casa, absolutamente recluso ? Também arriscado: pode haver um vizinho carnavalento e carnavalente, que se julga no direito de impor o baticum (volume máximo!) a quem quer que seja. Viajar? Ficar 10,12,14 horas numa rodovia para fazer menos de 100 km e depois enfrentar preços desonestos, falta d´água etc.? Então tá.
Sabe o que faço no carnaval desde 1988? Fujo do país. Este é o meu 25º Carnaval consecutivo fora da nação. Fujo antes que a bagunça comece e volto depois das cinzas...
Faço questão de não saber de absolutamente nada do que ocorre por aqui durante o "reinado de Momo".
Enquanto eu tiver algumas forças e alguns trocados, nem que seja para ir até a ponte da Amizade e atravessar a fronteira a pé, não fico aqui. Não fico, não fico, não fico.
Se você gosta, divirta-se,mas por favor, respeite o direito da minoria. Carnaval? Tô fora, literalmente. É isso.
Pasquale Cipro Neto
Blog: Me considere incluso nesse pequeno grupo. Só que no meu caso, não deu para fugir do país e nem da terrinha.
ER