Bando de malandros, no bom sentido, é claro.
Não me lembro o ano correto, mas foi bem no princípio dos 60.
A mais bem treinada e equipada fanfarra do município e da região, era a do Colégio de Itajubá. A moçada era empolgada e tinha até fã-clube. Era conduzida pelo Emmel (Auto-peças) e o astro na marcação era o Serginho Mohallen, que também era baterista do conjunto musical da cidade.
Pois bem, um pouco antes da "semana da pátria" daquele histórico ano, resolveram formar uma fanfarra (com instrumentos emprestados) para ensair e desfilar com (acredite se quiser), o Colégio das Irmãs, que na época funcionava também com internato.
Imaginem: Uma semana inteira tocando tambor debaixo das centenárias mangueiras, dentro do colégio das freiras, onde não entrava homens nem por reza braba.
Foi o maná, tão somente ficar perto daquela moçada bonita.
Os rapazes dotados de zero no quesito ufanismo e conhecimento musical se inscreveram na hora.
Apareceram e foram selecionados pelo maestro, hoje, Dr. Rogério Vilela, os quarenta primeiros e entre eles o zelador.
Coube-lhe um estranho tambor, ou surdo, ou algo assim, que teve as evidentes e humilhantes manchas de zinabre, cobertas por uma bandeirola verde e amarela.
Pintado em vermelho no couro do tambor, o nome do proprietário: Club Nova Aurora.
Semana maravilhosa, independente dos calos nas mãos e obrigatoriedade de usar no desfile, calça azul-marinho, com uma fita de cetim branca pregada nas laterais.
A camisa (de manga comprida) era branca.
Pura verdade.
Quem sabe, agora lendo o "viver é perigoso", alguns dos "músicos" se revelem.
ER