Publicado no Itajubá Notícias - Escrito pelo Sebastião Riera
Tenho observado ao longo de minha vida, que na comunidade vez por outra vão aparecendo grupos com varias designações, mas todas tendendo para rotulá-los como paladinos justiceiros, que se dizem honestos, guardiões da moral, da ética, dos bons costumes, da verdade absoluta e, acreditam, sobre o que opinam, que nem Deus está acima deles.
Os seus contrários eles tentam execrar o tempo todo; como paladinos da verdade absoluta espalham teses escudadas em episódios complexos, que driblando números e conceitos transmudam fatos, e incriminam sem piedade aqueles que invejam, ou quais de alguma forma se opõem a seus instintos de justiçosos do “bem”.
Nenhum dos que conheci e conheço, nos últimos 45 anos, fez absolutamente nada de concreto á comunidade; nem uma única ação e obra que pudesse servir á alguém. Pregam com determinação avassaladora a desmoralização dos lideres que gostariam de ser, os quais, por lhes faltarem carismas e amor a causas maiores, nunca serão.
Festejam como as víboras a rolarem de prazer quando picam uma vitima em ascensão, pois a única maneira em que se divertem é vendo o sofrimento dos que têm o que eles nunca tiveram, ou seja, utilidade, praticidade e destemor ao progresso e causas consagradoras.
Todos terminam isolados, infelizes, sorumbáticos e macambúzios, pois nem os seus mais próximos os toleram.
Reconhecê-los é por demais fácil, basta atentar para a maneira impositiva com que conduzem seus os seus atos e suas opiniões.
Nunca buscam o consenso, a não ser o que estabelece em suas rígidas regras, que na maioria das vezes situam-se distantes do entendimento coletivo, pois é o estilo que buscam, entre a dúvida e o sentimento de justiça, para incentivar uma ou outra facção, nas quais aliam, temporariamente, para defenderem suas idéias malfazejas e desalentadoras.
Infiltram-se em grupos bem intencionados, mas a alucinação em impor estatutos, princípios e obstinados regulamentos, que somados aos desejos de se julgar, punir, banir e condenar acabam por afastar muitos e os deixam em pares ou trincas frustradas, que facilmente podem ser avistados em praças, reuniões sem quóruns e movimentos dispersos , onde muitos se afastam para não embalar inúteis discussões e conversas sem causas.
Os aforismos de paladinos justiceiros em nada os diferem dos que aniquilam a tiros suas vitimas, pois, friamente, por ausência de qualquer sentimento de culpa e possibilidade de estarem errados, aniquilam moralmente o escolhido da vez causando mágoas, sentimentos e antipatias que arrastam por toda vida. Tais atitudes contribuem para tornar a cidade uma arena de embates, disputas descabidas e querelas, que, eles, por não gerarem nenhum progresso nada temem perder, porque nem amigos ensejam cultuar.
Assim agem de forma desvairada, talvez, não sei, pode ser, porque buscam uma realidade que somente existe dentro dos próprios, ou seja: consertar o mundo nos moldes dos projetos que arquitetaram, pois tudo que é feito, se não for como querem fica errado e imperfeito.
Graças a Deus alguns, após muitos sofrimentos e angustias, mudam para melhor e acabam uteis e exemplares. É a vida.
Sebastião Riera