Ali pelos anos 50 hoje era dia da criançada da Boa Vista ir dormir mais cedo.
Televisão não existia.
Na sexta o Cine Paratodos só exibia "bombas" (filmes ruins). As brincadeiras em frente a Igreja de São José se encerravam logo após passar o trem das 20:30 que vinha dos lados de Piranguinho (passavam na linha férrea que existia defronte a igreja).
Televisão não existia.
Na sexta o Cine Paratodos só exibia "bombas" (filmes ruins). As brincadeiras em frente a Igreja de São José se encerravam logo após passar o trem das 20:30 que vinha dos lados de Piranguinho (passavam na linha férrea que existia defronte a igreja).
O pessoal da Rede Ferroviária fechava o portão que dava passagem para o Morro Chic e vice-versa. Depois desse horário só dando volta pelo Hotel Sion, ou para os corajosos, pelo morrinho da Vila Rubens.
O Bar Caçador encerrava as atividades as 22:00, um pouco antes da Padaria Boa Vista, que ia até às 22:30 horas.
Namorados se despediam nos portões.
Aberto mesmo, com folhas das portas (tinha duas de madeira pintadas de vermelho) encostadas, permanecia somente o Bar do David, tocando baixinho no 78 rpm arranhado, "Boneca Cobiçada".
Silêncio na Boa Vista. Nenhuma alma viva nas ruas.
Sexta-Feira 13.
Por que será que o Procópio sempre fecha mais cedo a sapataria nas sextas 13.
Segundo os mais antigos, era o dia (ou seria noite) de "virar".
Estranhos uivos depois da meia-noite lá pelas bandas do Beco do Saci.
Noite comprida.
Noite comprida.
ER