Aparentemente, um tempo menor que dois jovens apaixonados, ainda na fase do flerte, levavam para trocarem novamente lânguidos olhares, após uma rodada completa no circuito do jardinzão (Pça Cesário Alvim e hoje Theodomiro Santiago).
Mocinhas girando pelo anel interno no sentido horário e os meninos, logicamente pelo externo, no anti-horário.
Dia e horário das provas: Sábados e domingos, das 19:30 às 21:30 horas.
Dia melhor ? Depende. Quando aconteciam bailes, as noites de sábado eram prejudicadas. As jovens tinham que se preparar. Entendam como preparar, enrolar bobies nos cabelos e espalhar cremes infalíveis pela face.
As noites de domingo eram prejudicadas pelas sessões de cinema no Alvorada e Presidente.
A primeira "encarada" mortal, balizando-se pelo lado masculino, se dava em frente ao Apollo.
Frio no peito, coração disparado e princípio de convulsão. A ordem era respirar fundo.
- Se tudo correr bem iremos nos cruzar novamente defronte a casa do Alcides Faria. Que lonjura !
Um século, até alcançar a curva da Caixa Econômica Federal.
Saudades da planície de Maratona ao avançar até o Bar Acadêmico.
A saída seria abandonar os dois mocorongos que caminham ao meu lado e cortar pelo meio da praça (os dois companheiros falavam, falavam, tudo sem nenhum nexo).
Mas pega mal. Ela pode imaginar que estou muito ansioso. Já dizia o meu pai:
Com mulher não se pode facilitar.
Bom, para passar rápido, quem sabe não seria interessante flertar com outras meninas ?
Impossível. Meninada sem sal e sem açúcar,
Quase um ano se passou e só agora chega o Clube Itajubense.
Reta final para o inevitável encontro dos nossos passos.
- Êpa ! Era para ser por aqui.
Principio de pânico.
Coração acelerado. Ultrapassagens pela direita, pela esquerda e pelo centro.
Casa Lucy, Casa Renny, Sorveteria do Sr, Edgar, Casa Del Prette, Hot Dog Uai e nada da razão da minha existência passar.
Curva fechada, Café do João (Sr. Wadinho ainda não havia chegado) e nada.
O negócio é dar uma parada e preparar-se para o pior.
Disfarçadamente a experiência recomenda uma excursão pelo centro da praça, onde sonham os casais de namorados.
Tiro no peito !
É ela !
Com namorado ? Impossível ? E toda a nossa história ?
Meu reino por um buraco no chão. Prefiro sumir.
Acelerado retorno a Boa Vista, com direito a parada estratégica no Café Royal:
- Moço, por favor, uma "Amélia" dupla com dois dedos de formicida Tatu.
Sem gelo.
Viver prá què ?
ER
7 comentários:
Zé, descrição perfeita dos finais de semana de nosso tempo de colegial(científico) e de inicio de EFEI. A unica coisa que muda é a direção de volta para casa.
Bons tempos!!!
Wartão,
Todos nós passamos por esses momentos. Não inventei nada.
Abraço.
Zézinho,
E tinha as músicas da Radio City!
Abraço!
João Heleno,
Bem lembrado. O fundo musical da história deveria ser "Oh! Carol", com Neil Sedaka ou "Diana" com Paul Anka.
Abraço
Zé.
Zezinho, a gente era muito bobo e tímido, não? Quantas e quantas voltas ao mundo já dei por essa praça, só para ver uma ou outra meninha, que passeava ao contrario com as amigas. No final passava para o passeio e tomava outro rumo.
Uma vez criei coragem, e fui esperar uma dessas meninas no colégio das irmãs. Cheguei com a cara e a coragem e lhe pedi para acompanhá-la. Até hoje tenho vergonha. Fui atá à casa dela e não dei uma palavra. Só falei tchau.Putz! A partir dai quando a via mudava de passeio...
"Raindrops keep falling on my head "cairia melhor no men case.
Aldo,
Pensando bem, falar o que ? Passamos por tempos de maravilhosos silêncios.
abraço,
Zé
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