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sábado, 12 de maio de 2012

DEU NA FOLHA

A dramaturgista e crítica Christiane Riera morreu ontem, aos 44 anos, em São Paulo, em decorrência de um câncer, contra o qual lutava desde junho de 2011.
Riera fazia pós-doutorado na ECA-USP, estudando modos de avaliação de roteiros cinematográficos, sob supervisão de Esther Hamburger.
Fez mestrado e doutorado em dramaturgia e crítica dramática pela Universidade Yale. Trabalhou por três anos como consultora para o Yale Repertory Theater e foi crítica colaboradora do jornal "The Village Voice", além de consultora do The New York Theater Workshop.
Riera também influenciou a produção cultural brasileira. Foi crítica de teatro da Folha entre 2010 e 2011. No cinema, atuou como consultora de roteiros para a produtora Gullane Filmes e coordenou o departamento de desenvolvimento de projetos da produtora O2.
Orientou os roteiros de "O Jardineiro Fiel", dirigido por Fernando Meirelles, "Xingu" e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", ambos dirigidos por Cao Hamburguer.
Trabalhou ao lado de outros nomes do cinema brasileiro, como Laís Bodanzky, Karim Aïnouz, Heitor Dhalia e Carlos Cortez.
Sua carreira foi singular ao mesclar conhecimento acadêmico e de realização, assim como teatro e cinema. "Foi uma pessoa com qualificações muito raras e contagiava a todos com seu entusiasmo", diz Esther Hamburger.
Nesse trânsito constante entre estudos acadêmicos e práticos, teatro e cinema, desenvolveu função até então inédita no país, a de dramaturgista.
"A Chris inventou essa profissão para ela. Ela ajudava os artistas envolvidos num filme a entenderem o texto, descobrirem entrelinhas. Deixou sua marca ao nos fazer buscar compreender desde a essência de um filme até a obra total. Nunca vi essa função no cinema daqui ou no lá de fora", diz Cao Hamburguer.
No teatro, entre outros trabalhos, traduziu e produziu ao lado de Célia Forte e Maria Luísa Mendonça o espetáculo "Essa Nossa Juventude", do dramaturgo americano Kenneth Lonergan, que obteve duas indicações para o Prêmio Shell em 2006.
Como crítica, Riera também deixou um legado. "Além de erudição, ela tinha um olhar generoso que não é comum na crítica", recorda o autor e ator Ivam Cabral.
Christiane Riera deixa um filho, João, fruto do casamento com o roteirista e dramaturgo Bráulio Mantovani.
Seu corpo será cremado hoje, às 13h, no Horto da Paz.
Folha de São Paulo 
Blog: Menina determinada. Pessoa de valor. Viveu com intensidade.

ER

3 comentários:

Anônimo disse...

Deus está buscando estrelas e isso me deixa preocupado mas é destino e do destino ninguém fogem.Um dia alguem estará lá para fazer parte do céu de Deus e quem sabem poderemos nos encontrar lá meu camarada estelar. virgilio Machado

ANTONIO MARCELINO RODRIGUES disse...

No inicio dos anos 90, quando era engenheiro na Helibras fui aluno de francês da CHRISTIANE.Ser humano bonito em todos os sentidos.Creio que ela não perdeu tempo durante os anos que esteve encarnada entre nós.Aprendeu e realizou bastante.Agora retorna para a verdadeira pátria sem dever nada a ningúem!Bola prá frente CHRISTIANE!!

jencovie disse...

Descanse em paz, grande perda para a cultura e as artes.