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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ENTRE TAPAS E BEIJOS

Tirando o Dr. Jorge que encrecou com o BPS logo de cara, a terrinha (e os prefeitos) sempre tiveram nos vices, leais colaboradores. Desde o Dr. Ítalo, Edison Mauad, Ary Montalvão e Gilberto Botelho.
O vice atual é uma incógnita. Parece que pegou gosto pelo cargo.
Como está no EM de hoje (dica de Anônimo Pagador de Impostos), que o pau está quebrando por todos os cantos do Estado:

"Na campanha que os elegeu, caminharam lado a lado, sorridentes, sintonizados, até demais, com troca de elogios. Mas, no exercício do poder, se desentenderam e deverão atuar em campos opostos na eleição de 2012. Esse é o roteiro das desavenças entre o prefeito e o vice-prefeito eleitos em 2008 e que hoje, ao fim de três anos de mandato, estão rompidos.

 A situação de Belo Horizonte, envolvendo o titular Marcio Lacerda (PSB) e o seu vice, Roberto Carvalho (PT), se repete em outras cidades mineiras.

Adversários no plano federal, tucanos e petistas se juntaram em Manhumirim, na Zona da Mata, em 2004, quando foram eleitos como prefeito e vice o padre Ronaldo Lopes (PT) e o empresário Sebastião Ribeiro (PSDB). A chapa foi reeleita em 2008. No entanto, a lua de mel se desfez no fim de 2010, quando o vice anunciou a ruptura. “Foram várias coisas que me levaram ao rompimento. A primeira delas foi o desprezo.

O casamento na Prefeitura de Ipatinga, no Vale do Aço, também não deu certo. No fim de outubro, a vice-prefeita da cidade, a pastora Márcia Perozini (PSC), divulgou uma carta, divulgada pela assessoria de comunicação da Igreja do Evangelho Quadrangular, anunciando o seu rompimento com a administração do prefeito Robson Gomes (PPS).

Os desentendimentos políticos em Varginha, no Sul de Minas, acabaram com uma amizade de infância. Colegas desde o ensino fundamental, Eduardo Antônio Carvalho (PT) e Marcos Paiva Foresti (PPS), apesar de serem de partidos opostos no cenário nacional, se uniram na disputa do pleito de 2008 e saíram vencedores. Mas a relação dos dois mudou quando assumiram o comando da cidade. Segundo Marcos, o grupo de secretários petistas passou a dominar as ações na prefeitura e deixou de fora o “adversário político”. Nas eleições deste ano eles devem ficar de lados opostos no palanque.

“Eu nunca participei da administração dela. Desde quando assumiu a prefeitura, ela foi eliminando um a um”, reclama Reinaldo César Guimarães (PMDB), ex-vice-prefeito e atual prefeito de Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas. Reinaldo se uniu a Nelma Carvalho (PR), no ano passado, para derrotar a família Costa, nas eleições extemporâneas. Eles venceram a primeira batalha, mas outra só estava começando na administração de Conceição. O fato é que o vice-prefeito, que se sentia rejeitado na administração, acabou saindo no lucro, já que Nelma foi cassada pela Câmara Municipal no início do mês por ato de improbidade administrativa e ele assumiu a cadeira do Executivo.
Ele diz que Nelma não cumpriu as promessas que fez para a sociedade, não o escutava e “acabou fazendo o mesmo que os adversários políticos”. Já a ex-prefeita argumenta que foi Guimarães quem não quis assumir o seu lugar de vice. “Quando eu o procurei para que assumisse o gabinete do vice-prefeito ele disse: ‘Por favor não me faça de novo esse convite. Já tenho problema de sobra no meu escritório de advocacia’”, conta Nelma.

As rixas políticas muitas vezes extrapolam os debates de interesse público e partem para a queda de braço que deságua em atitudes extremadas , como a proibição de acesso a gabinete e corte de salário.

Em Montes Claros, de 362 mil habitantes, no Norte de Minas, o prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB) foi eleito ao lado da companheira de chapa, a dentista Cristina Pereira (PP), mulher do antigo adversário, o deputado estadual Gil Pereira, atual secretário estadual para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas. Mas a união durou somente até as eleições de 2010, quando o prefeito lançou como candidato a deputado estadual seu filho, Tadeu Martins Leite (PMDB), que foi eleito. Logo depois, a vice rompeu com o prefeito e se licenciou para fazer campanha para o marido.
Cristina Pereira alega que rompeu com o chefe do Executivo porque foi “obrigada” a isso. “Não fui eu que me afastei da prefeitura, mas o prefeito que me afastou. Teve um dia que fui trabalhar e encontrei a porta do meu gabinete trancada”, afirmou. A vice-prefeita disse que, mesmo tendo direito aos subsídios, não recebe salário da prefeitura desde setembro de 2010. Por sua vez, Tadeu Leite alega que a vice, “por livre e espontânea vontade, parou de ir à prefeitura”. Ele afirmou que está disposto a liberar os pagamentos dos salários atrasados da vice. “Mas ela tem que comparecer à prefeitura para assinar o empenho”, assinalou. Tadeu Leite assegura que nunca trancou a porta do gabinete da vice. “A chave do gabinete estava com a própria vice-prefeita. Só que ela deixou a chave em casa”, disse, acrescentando que a “a prefeitura está de portas abertas para Cristina Pereira para que ela possa ajudar a administrar a cidade”.

Em Buritizeiro, 26,2 mil habitantes, separada de Pirapora pelo Rio São Francisco, a vice-prefeita Edna Salgado (PCdoB) se distanciou do prefeito Salvador Raimundo Fernandes (PT) ainda no primeiro ano de mandato. “O prefeito me acusou de ter participado de uma negociação para receber propina, coisa que nunca fiz. Ele chegou a declarar que ia me esperar no gabinete com uma chibata. Não dava para continuar com uma pessoa dessas”, relata Edna. Durante cinco meses (de setembro de 2010 a fevereiro de 2011), ela esteve no comando da prefeitura, por causa do afastamento do prefeito, motivado por denúncia de irregularidade em licitações. O titular retornou ao cargo graças a uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Edna Salgado afirma que queria “contribuir com a administração municipal”, sobretudo na área de educação, já que é professora universitária. “Mas sou proibida de entrar na prefeitura. Me ofereci para trabalhar, mas o prefeito mandou dizer que era para eu ficar em casa”, disse a vice, acrescentando que está “decepcionada” com a política.

Janaúba, 65,3 mil habitantes, é outro município onde prefeito e vice não sentam à mesma mesa desde o primeiro ano de mandato. “Fiquei somente dois meses e 20 dias na prefeitura. Vi que o plano de governo era uma coisa e, na prática, tinha outro rumo”, conta o vice-prefeito Valério Dias (PPS), que chegou a exercer o cargo de secretário municipal de Obras no curto período. O vice afirma que se distanciou do prefeito José Benedito Nunes (PT) “por ele não cumprir os compromissos firmados com a população durante a campanha”. Dias reclama que não tem acesso a informações da administração e entrou com uma ação na Justiça para conseguir dados de licitações realizadas nos últimos dois anos. Por outro lado, o vice anuncia que vai disputar a prefeitura no ano que vem, devendo enfrentar o próprio Benedito, provável candidato à reeleição.

Também no Norte de Minas, titular e vice andam às turras em Mato Verde, de 12,7 mil habitantes. O vice-prefeito Antonio Pinheiro Teixeira (PP), o “Tone de Leobino”, se distanciou da prefeita Beatriz Fagundes Alves (PT) oito meses depois da posse. “Rompi por discordar da maneira com que ela vinha conduzindo a administração e, principalmente, por causa das denúncias de corrupção”, sustenta Teixeira. Ele ficou à frente da prefeitura entre o fim de junho e o fim de outubro enquanto a titular esteve afastada por causa de denúncia de desvio de verbas por intermédio de empresa fantasma, apresentada pelo Ministério Público estadual. Beatriz Fagundes, que retornou ao cargo por força de liminar concedida pelo TJMG, não foi localizada pela reportagem

Estado de Minas

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