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sábado, 28 de janeiro de 2012

BONDADE HUMANA

Uma menina alemã de ascendência judaica teve de interromper um "diário" que escrevia com discrição e medo; finalmente, após mais de dois anos escondida com a família no forro de uma casa em Amsterdã, Anne Frank foi aprisionada pelos nazistas que, presentes como violentos ocupantes na Holanda, caçavam sem piedade aos que tivessem qualquer vínculo semita. Entre 1942 e 1944 ela houvera anotado tudo o que sentia, vivia e doía no esconderijo; mas também indicava as alegrias e esperanças que despontavam ineditamente em meio ao pânico habitual daqueles que, a qualquer instante,podem ser vitimados pelo hediondo.
Essa adolescente, aos 15 anos de idade, foi levada para a Alemanha, ao campo de concentração de Bergen-Belsen, próximo de Hanover; em abril de 1945 as forças aliadas, representadas ali pelos ingleses, conseguiram tomar esse campo (o primeiro a ser libertado) e se depararam com a mais real constatação de horror: milhares de cadáveres e o registro sistemático do assassinato de quase 40.000 pessoas, entre elas, Anne, executada um mês antes da tomada.
No entanto, o inesperado aconteceu: as anotações da menina sobreviveram e , publicadas em 1947, ficaram conhecidas como O Diário de Anne Frank . Expressão do odioso e do terno, do terrível e do amável, do medonho e do delicado, o livro assombrou o mundo com revelações que ultrapassam a mera literatura circunstanciada e datada, ajudando muito a compreender as nossas perseveranças e as nossas fraquezas. Naquelas bem-traçadas linhas desponta um relato fiel sobre a ansiedade da salvação e a expectativa do sofrimento, tudo sob a ótica da vítima pueril e precocemente madura.
O mais incrível, porém, é encontrar nesse diário uma frase surpreendente de Anne:
"Apesar de tudo, eu ainda creio na bondade humana"

Mário Sérgio Cortella (trecho do "Não Espere pelo Epitáfio" )

Um comentário:

Anônimo disse...

O brilhante texto de Sebastião Riera, publicado acima com o título de Os paladinos Justiceiros, mesmo sem intenção mostra uma das horripilante faces daqueles que fizeram parte nos campos de concentração nazista.
Infelizmente a diversidade da natureza humana, ainda esta anos luz do nosso parco entendimento.

Observador