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sexta-feira, 17 de junho de 2011

PARA A FLORINDA



Da Florinda para o "Viver é Perigoso"

Acontece que gosto muito de "sei que não vou por ai" e fazia séculos que não o via.  Achava que este trecho do poema de José Regio era de autoria do cronista Antonio Maria porque tem um LP chamado "Brasileiro profissão esperança"em que Clara Nunes canta musicas de Dolores Duran e Paulo Gracindo declama versões do cronista Antonio Maria.
Disco fantástico onde ele declama este trecho (sei que não vou por aí) com tanta veemência e sentimento, que lhe peço por favor, descubra o disco.
Descobrindo, coloque-o no  "É disco que eu gosto", com o Paulo Gracindo declamando e logo em seguida a Clara Nunes canta aquela musica que diz "ai a solidão vai acabar comigo".

Florinda.

IRÁ CAUSAR MUITO TRANSTORNO

Logo deverá chegar na terrinha:

Deu na EPTV

Comerciantes que têm permissão de explorar pontos comerciais em prédios públicos de Pouso Alegre vão ter de participar de novas licitações para permanecer com o direito. A maior discussão está em um dos pontos mais tradicionais do comércio do município: o mercadão municipal. O prédio tem 118 anos e é parada obrigatória para os moradores da cidade, que frequentam os mais de 130 boxes onde compram legumes, carnes, doces, frutas e outros itens. A maioria dos comerciantes está no local há muito tempo e não participaram de nenhuma concorrência. Eles pagam um valor simbólico à prefeitura, em média de R$ 39 por box, mais IPTU.
Porém, o Ministério Público considera essa maneira informal com que os comerciantes se instalaram há décadas, irregular. Por isso a promotoria firmou um Termo de Ajustamento de Conduta com a Prefeitura de Pouso Alegre para que seja feita uma licitação de uso dos boxes. Segundo o MP, um inquérito foi aberto depois que foram denunciadas vendas ilegais de alguns boxes.
A prefeitura concordou com a proposta do MP. O procurador do município, Leandro Roberto Reis, o prazo para a publicação do edital e para a abertura das licitações deve se definido até o final deste mês. Ainda segundo o procurador, quem perder o ponto não terá direito a indenização. Ainda conforme o Ministério Público, a Lei Orgânica de Pouso Alegre já prevê esse tipo de licitação.

EPTV



DIÁLOGO ENTRE LIVRO E TV

MUSEU DE TERROR ?

Deu na Folha (Mônica Bérgamo)

José Dirceu é o novo patrono da Fundação Nemirovsky, detentora de um dos mais importantes acervos de arte moderna do país. Escolhido pelos herdeiros (filha e netos) de José e Paulina Nemirovsky, o ex-ministro terá como missão captar recursos para a instituição.
Dirceu e os Nemirovsky já planejam conseguir uma casa para fundar um Museu Nemirovsky e abrigar a coleção. Hoje ela está cedida em comodato à Secretaria de Estado da Cultura, que a exibe na Estação Pinacoteca. São telas como "Antropofagia", de Tarsila do Amaral, e obras de Guignard, Volpi, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Picasso. 
Anteontem, parte do conselho da fundação (integrado, entre outros, por Celita Procópio, da Faap, Paulo Kauffman e Toninho Abdalla) ofereceu almoço a Dirceu. Antes, o ex-ministro descerrou placa na Pinacoteca em que se lê: "É através da arte que se conhece a evolução de um povo. Escolhemos José Dirceu por seu exemplo e trajetória de vida como patrono da Fundação Nemirovsky, ambos verdadeiros patrimônios brasileiros".
A Fundação Nemirovsky é dirigida desde maio pelo advogado e criador de gado nelore Arnoldo Wald Filho, um dos defensores de Daniel Dantas, no processo da Brasil Telecom, onde recebeu mais de R$ 18 milhões em um ano.

Folha

VOZ DA EXPERIÊNCIA



Ouvido hoje cedo na Av. Dr. Rosemburgo Romano:

- Ô Cumpadre, o pessoal da terrinha tem que entender uma coisa óbvia. 

- Desembucha então, voz da experiência. Hoje estou com as pacueras soltas.

- Quando o que une duas pessoas é a existência de inimigos comuns, é amizade para pouco tempo.

- Éh... faz sentido.

- Agora, quando o que une duas pessoas e a existência de amigos comuns, a amizade dura mais e em alguns casos, para sempre.

- Em se tratando de políticos concordo inteiramente o com o sábio Cumpadre.

ER

UM ESCÂNDALO MONUMENTAL

Por Carlos Chagas (no Cláudio Humberto)

É preciso denunciar uma das maiores bandalheiras dos últimos tempos, iniciadas durante o governo José Sarney, continuadas no governo Fernando Collor, não interrompidas no governo Itamar Franco, ampliadas no governo Fernando Henrique, super-dimensionadas no governo Lula e continuadas no governo Dilma Rousseff. Trata-se das famigeradas ONGs, rotuladas como Organizações Não Governamentais, mas que, com raras exceções, vivem grudadas nas tetas do poder público, sugando recursos do Estado como quadrilhas dignas dos tempos de Al Capone.
De início, é bom esclarecer: existem ONGs maravilhosas, daquelas que só contribuem para o aprimoramento social, político, ambiental, cultural, esportivo e quantas outras atividades existam.
O problema é que essas e outras legiões muito maiores de quadrilhas formadas à sombra da sociedade organizada, intitulam-se “não governamentais”. Por que, então, para subsistir enriquecer seus dirigentes, dependem de recursos públicos? Que vão buscar sua sobrevivência fora do governo, nas entidades privadas. O diabo é que, de acordo com os grupos que dominam os governos, assaltam os cofres públicos e comportam-se como Ali Babá abrindo a caverna.
Apareceram agora as tais OSCIPS, organizações de interesse público. Podres, na maioria dos casos, daquelas que nem sede dispõem, ficticiamente funcionando em restaurantes, garagens e estrebarias, se essas anda existissem. Dizem que carecem de fins lucrativos, que existem para servir à sociedade. Mentira. Como estamos no ciclo dos companheiros, seria bom o ministério da Justiça verificar quantas delas vivem de recursos sugados do tesouro nacional. Quantas pertencem a companheiros do PT, já que nenhuma delas tem obrigação de prestar contas de suas atividades? São contratadas pelo governo para prestar serviços públicos...
Existem 5.840 OSCIPS em todo o país. Caso o secretário-executivo do ministério da Justiça, Luís Paulo Barreto, decidisse investigar todas, verificaria que o governo gasta com elas duas vezes mais do que gasta com o bolsa-família. Trata-se de um escândalo monumental, mas acobertado pelo poder público, tanto faz quem o detenha no momento.

Carlos Chagas

Blog: O zelador se coloca em posição defensiva toda vez que ouve o som ONG. Chumbo à vista,

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SINAL DE VIDA INTELIGENTE

Ouvi hoje, checando por diversas vezes o sintonizador do rádio para ver se estava mesmo na rádio Itajubá -AM.
Imaginei estar ouvindo sons imaginários.
Mesmo usando o seu estilo "burocrata-triste", o prefeito Jorge se apresentou-se tranquilo, lúcido e pasmem! dialogou no ar com o ex-prefeito Chico, sobre o valor adicional referente ao esgoto, a ser cobrado pela Copasa. 
Relembrou sobre sua oposição ao projeto da Copasa quando Vereador e demonstrou o seu reconhecimento pelo que foi feito.Caiu na real e humildemente admitiu.Bom.
Tomara que seja o início de novos tempos.
Sobraram apenas algumas ranhetices contra o Deputado Ulisses (não citou o nome), que teria antecipado informações sobre o início dos estudos para construção do aeroporto de Itajubá.
Citou como parceiros no projeto (aeroporto) os Deputados Dalmo e Dilzon (?).  
Rogamos para que o Prefeito esteja voltando ao seu comportamento normal e não sendo este momento, uma exceção.
Falta dar atenção a outros jornais e rádios. 
Assim, as coisas se tornam mais razoáveis.

ER 

BONS COMPANHEIROS


Dr. Hélio (Prefeito de Campinas) mostra suas armas e nomeia aliados do PT na grande batalha política contra o impeachment que o espreita. "O presidente Lula está comigo, ele passou por situação assemelhada. A Dilma também está comigo. O Zé  Dirceu me telefonou."

Blog: Então fique tranquilo Dr. Hélio. Não vai dar em nada.

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O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

Prof. Luiz Antonio Simas escreveu no Brickman:

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.
Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa.
A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".
Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha.
Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?
É Villa Lobos, cacete!
Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê.
Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas.
A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê.
A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.
Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.
Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos.
Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil.
Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.
Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de veado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de veado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.
Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de veado? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de veado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.
Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de rodapé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical. O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.
Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais...
Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.
O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra putaqueopariu e o centroavante pereba tomar no olho do cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, Alegria dos Homens, do velho Bach.
Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".
Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade dos Pés Juntos.

Luiz Antônio Simas - Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio. (

IMPRENSA MUDA

Deu no Brickmann:

"...E o que acontece com quem não consegue uma posição sob os holofotes.
Um bom exemplo:
Chong Jin Jeon, "Stoney", cidadão coreano estabelecido no Brasil, casado com brasileira, com três filhas brasileiras, foi processado pelo maior conglomerado industrial da Coréia do Sul. Ficou um bom tempo na cadeia, no Brasil, aguardando decisão judicial sobre o pedido de extradição.
Acabou sendo extraditado, com a condição, imposta pelo Supremo Tribunal Federal, de que sua pena englobaria o tempo já cumprido no Brasil.
Besteira: tão logo chegou à Coréia, foi informado de que o Brasil ficava muito longe e que a pena cumprida aqui não seria descontada da prisão que cumpriria lá.
A imprensa brasileira tratou do caso com destaque mínimo, como se a separação de uma família não tivesse qualquer importância na ordem das coisas..."
A empresa coreana é um dos maiores anunciantes no país. 

Brickmann

Blog: É o Brasil minha gente. A empresa segundo consta é a Hyundai - Kia

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MOÇA BONITA

Luana Piovani

SEI QUE NÃO VOU POR AÍ

José Régio - Trecho do seu poema “Cântico Negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Não acompanhar ninguém.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

José Regio (pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, que nasceu em Vila do Conde em 1901)

CRIATIVIDADE