Deu na Folha de hoje:
Ya li - pressão, em mandarim - é a palavra mais repetida por trabalhadores e ex-trabalhadores para descrever os dois complexos da Foxconn em Shenzhen, por onde circulam 400 mil funcionários distribuídos nas linhas de produção de iPhone, iPad e outros produtos eletrônicos.
Em escala, o complexo é o exemplo mais próximo da "cidade do futuro" para 100 mil funcionários que a empresa estuda construir no Brasil.
Os relatos não soam nada modernos: cobranças dos chefes por meio de humilhantes broncas públicas,longas horas extras, falta de privacidade e baixos salários são parte da rotina.
A organização é semi-militar, conta o engenheiro Ri Qian (nome fictício): " O que importa é qualidade, velocidade, eficiência e flexibilidade". Ele trabalha dez horas diárias, seis dias por semana, em troca de um salário de R$1.083. Na Apple, um profissional com a mesma formação recebe, em média, R$13 mil mensais.
Nós produzimos os eletrônicos mais luxuosos do mundo, mas não os consuminos.
Em 2010, 14 trabalhadores se mataram. A onda de suicídios fez a Faxconn instalar grades nas janelas e redes sob os dormitórios para evitar mais mortes e dar aumentos de até 60% aos operários - o salário inicial hoje é de R$ 433.
A empresa de origem taiwanesa também está transferindo parte de sua produção para províncias com mão de obra mais barata ( Brasil, Itajubá ???).
Blog: Não é o que o zelador quer para a terrinha. Mas 100% das manifestações feitas no "viver é perigoso", estando com certeza inclusos, médicos, engenheiros, professores, comerciantes e estudantes, demonstraram sua revolta com o ponto de vista apresentado no blog.
É a reação dos anonymous que traz mais preocupação. Imediatismo e dificuldade para enxergar um pouco mais além.
Enfim... somos apenas um zelador.
ER