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domingo, 10 de abril de 2011

CANTINHO DA SALA

Kandinsky

É DISCO QUE EU GOSTO



CLAIR - Gilbert O´Sullivan

Boa para um domingo de sol.

ER

SILÊNCIO ENSURDECEDOR

Deu no Coronel:

O texto abaixo é de autoria de Hélio Beltrão, parte de um capítulo do XV volume da série "Pensamentos Liberais", livro lançado em 4 de abril de 2011 pelo IEE. 

Aquilo que Thomas Jefferson chamou, na Declaração de Independência, de "longo trem de abusos e usurpações", começa em geral — no que se refere à censura — pela proibição ao anonimato. O anonimato protege o autor de eventuais perseguições, de chantagens e de ataques maliciosos de ordem pessoal, e mantém o foco nas ideias. Os fundadores dos Estados Unidos sabiam da importância do anonimato, e o consagraram na Constituição. Alexander Hamilton e James Madison escreveram os "Federalist Papers" sob o pseudônimo"Publius" , e vários outros fundadores utilizaram pseudônimos diversos de tempos em tempos. Recentemente, em 1995, a Suprema Corte, declarou: "A proteção de discursos anônimos é vital para a democracia. Permitir que dissidentes protejam sua identidade os libera para expressar visões críticas defendidas por minorias. O anonimato é a proteção contra a tirania da maioria".

Adicionalmente, o anonimato on-line protege aqueles que desejam reportar abusos e ilegalidades cometidos pelo governo ou companhias, protege defensores de direitos humanos contra governos repressores e auxilia vítimas de violência doméstica a reconstruírem suas vidas em um ambiente ao qual seus violadores não cheguem. No Egito, um dos maiores articuladores da revolução foi um anônimo conhecido como ElShaheed (mártir, em português), que controla uma página no Facebook denominada "We Are All Khaled Said", que possui centenas de milhares de seguidores.

Já a Constituição do Brasil, por outro lado, proíbe expressamente o anonimato. Aproveitando a brecha gerada pela lei suprema, será apresentado neste mês de fevereiro de 2011 um projeto de lei de autoria do senador Magno Malta que prevê a ilegalidade de pseudônimos, também conhecidos como perfis falsos, na internet. Magno Malta inspirou-se no exemplo da Califórnia, que, por sua vez, acaba de aprovar uma lei que prevê multa e prisão para quem utilizar perfil falso na internet. No Brasil, todos os que utilizam a internet precisam se identificar junto ao seu provedor e incluir CPF e endereço, entre outros dados. E em São Paulo, a lei 12.228/06, promulgada por Geraldo Alckmin, obriga cybercafés a manterem um cadastro completo de todos os usuários, incluindo o equipamento utilizado e os horários detalhados[22], e prevê multa de até dez mil reais.

A justificativa dos inimigos do anonimato on-line é quase sempre a de que o anonimato "dificulta a identificação de criminosos virtuais". As determinações legais, no entanto, não inibem os chamados "criminosos virtuais". Como dizia meu pai, ministro Helio Beltrão, "a excessiva exigência burocrática só serve para dificultar a vida dos honestos sem intimidar os desonestos, que são especialistas em falsificar documentos". A frase é válida para o mundo virtual de hoje. Para obter-se o anonimato on-line (com boas ou más intenções), não é necessário mais que alguns recursos tecnológicos criativos, ou documentos falsos (ou de "laranjas") para registro junto ao seu provedor de acesso ou de hospedagem. Desta forma, há proteção caso o governo resolva perseguir o anônimo, o que não ocorre com aqueles que seguem a legislação fielmente. Não há dúvida: a proibição ao anonimato tem como resultado principal a inibição do discurso livre e desimpedido, por meio do constrangimento dos honestos.

Coronel

ARRUMAR PRÁ QUE ?

Ouvido hoje, na Boa Vista, depois da missa:

- Ô cumpadre, você acredita que o prefeito tem algum interesse em fazer as pazes com seus críticos da imprensa e da política ?

- Não tenho dúvidas: Não tem nenhum interesse.

- Ah, bom. E você acha que os  críticos da imprensa e adversários políticos têm interesse em fazer as pazes com o prefeito ?

- Tá louco sô! De forma alguma. Digo mais, se aparecessem juntos por Itajubá, o Ghandi, Madre Tereza de Calcutá, Mandela, Luther King e o alto comissariado da ONU, com esse objetivo, todos estariam correndo o risco de morrer de fome. Aqui não terão serviço.

- Fica difícil de captar.

- É simples cumpadre. Quando não existem projetos e ideias a saída é brigar. A hipótese de sentarem em torno de uma mesa para discutir está descartada.

- Por que?

- Tratar do que? discutir o que? Não tem nada para falar. As ruas já foram asfaltadas.
O pessoal gosta mesmo é de ficar apreciando antigas cicatrizes existentes na alma. Ver cicatriz lembra da dor que sentiu e isso reacende novamente o ódio.

Éh... faz sentido. O bom político até que aprecia sentir, de vez em quando, uma casquinha de ódio.

- Ô terrinha complicada.

ER

SOBRAS DE ESTOQUE

Erlich - El País

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

Delúbio Soares, "o nosso Delúbio", como Lula o chamou, está de volta ao PT. Retorna em grande estilo na reunião do Diretório Nacional do dia 29. Aliás, não está de volta pois na verdade nunca saiu, embora tenha sido formalmente expulso.
Delúbio não deixou o partido aos prantos. Profeticamente afirmou na ocasião que isso ainda se tornaria uma "piada de salão".
Agora, quando as apurações técnicas sobre o crime estão se encerrando e, pelo noticiário, contendo evidências inquestionáveis contra os mensaleiros, o responsável pelo cofre é chamado de volta ao ninho.
É o primeiro caso de "absolvição" por excesso de provas.
Dá até para imaginar que o velho Delúbio, sacando de espada às margens do Ipiranga, teria bradado: 
- "Ou me recebem de volta com toda a pompa e circunstância, ou abrirei o bico derrubando todo mundo".
Virou piada mesmo.

ER  


PHOTOGRAPHIA NA PAREDE

TOMOU O BARCO

O jornalista Elpídio Reali Júnior tomou o barco ontem após um infarto em São Paulo. Ele tinha 71 anos.
Reali Júnior trabalhou como correspondente em Paris da rádio Jovem Pan e do jornal "O Estado de S. Paulo".
Em 2007, lançou o livro "Às Margens do Sena", em que contava suas experiências ao longo de 50 anos de profissão.
O jornalista era casado e tinha quatro filhas. Uma delas, Cristiana Reali, tornou-se atriz de sucesso na França. 
Todos nós, num momento ou outro da vida, ouvimos ou lemos notas do Reali Junior.
A leitura do seu livro "Às margens do Sena" é obrigatória.

ER

INFLAÇÃO. O RETORNO