Como Itajubá, devem haver dezenas de outras pequenas cidades em Minas Gerais.
Com o devido respeito, aqui temos uma característica especial no tocante a frequentar a noite, ou seja sair de casa.
Pesquisas indicam um povo extremamente conservador, caseiro e "pidão de pizzas". Amam assistir no recôndito de seus lares (depois do JN, da novela e do BBB) filmes discretamente piratas.
Alteração total de comportamento quando da realização de algum evento com recepção regada a proseco e empadinhas. Lota!
Se acontecer uma jantinha após, preparem-se para enfrentar filas. Felizmente já abandonaram o costume de "meio que sem jeito" pedir para levar alguma coisinha prá viagem.
Ah, as crianças irão adorar esse bolo!
Um amigo, dono de uma lavanderia de ternos na cidade, me confidenciou:
- Cara, eu não entendo como o pessoal da terrinha engordura o bolso dos ternos. Seria alguma simpatia?
Casamento com a triste observação "os noivos receberão os cumprimentos na igreja", é fadado ao insucesso quanto ao número de convidados presentes. Reconheço: todos mandam uma lembrancinha.
O pessoal profissional em reuniões como Rotary, Lions, CDL e ACIEI, já sabem. No mínimo um Ki-Suco ou tubaína na jarra (nova moda), café e mini-salgados. Estes são mini mesmo. Facilita a vida do pessoal. Mandam as diminutas guloseimas (coxinhas, quibes, etc) para dentro como se fossem comprimidos de Cibalena.
Temos tido recepções maravilhosas na cidade. No Palácio da Nações, na Penha e no Clube Itajubense são raras, mas prevalece a certeza de que todos serão regiamente tratados.
Procedem as reclamações sobre a rigidez das portarias e também de uma certa lentidão no servir.
Mas quando liberam... Sai de baixo.
Já assisti convidado dando chave de braço em garçon, despejando todo o conteúdo da bandeja na sua mesa.
Numa das festas badaladas da cidade, o pai da noiva, conhecido pelo seu estilo brincalhão, sem o conhecimento de ninguém, mandou instalar, faceando o piso da entrada do salão, uma discreta balança de alta precisão.
Quando o convidado entrava o seu peso (ou do casal) era registrado, juntamente com a impressão de uma foto "para lembrança". Na saída idem.
Os trezentos convidados sairam da recepção com 450 kg a mais.
A melhor e mais saborosa recepção de casamento em que estive presente aconteceu no ITC. Foi num sábado de verão, sem gravata, próximo das 21:00 horas.
De imediato soltaram as Brahminhas que vinham com uma tênue camada de gelo cobrindo a garrafa.
Sistema "serve-serve" - como dizia um ex-prefeito amigo -, pernil assado, maionese caseira (sem desandar), tutu acebolado e arroz fumegante.
Ah, valeu e muito.
Os buffets estão sofisticando muito os petiscos (que inclusive recebem estranhos nomes). Outra noite, provei cinco tipos diferentes. Estavam bons. Do que seriam? Não sei. Imaginei uma mistura de sardinha, queijo, alho e isopor.
Coisas da terrinha.
ER