É sempre bom seguir o Ethevaldo Siqueira no Estadão. Gosto de ler mas não consigo acompanhar. Como disse a Clarice Lispector: preferiro não entender.
Como entender as unidades de informação? Comecemos pelo bit, a menor unidade de informação que um computador pode processar, formada por apenas dois dígitos. Na realidade, bit é a contração de BInary digiT, ou seja, dígito binário.
Como entender as unidades de informação depois de um bit? Comecemos pelo byte, que é um conjunto de bits (ou seja, de zeros e uns) de um comprimento específico (em geral, oito bits), representando um valor num esquema codificado do computador.
Esse valor pode ser uma letra, um número, um sinal de pontuação, um símbolo como o cifrão ($), a arroba (@) ou um asterisco (*). Pode ainda representar um comando, como o retorno de linha ou parágrafo, a criação de uma nova linha, o avanço de um espaço num texto.
A equivalência dos múltiplos do byte é curiosa. Confira:
Quilobyte (KB) equivale a 1.024 bytes (ou seja, 210 ). Exemplo: um artigo de cem palavras. Se, para simplificar, arredondarmos os 1.024 bytes para mil bytes, os demais múltiplos serão os seguintes:
Megabyte (MB), mil quilobytes ou 1 milhão de bytes (ou 106). Exemplo: um livreto de cem páginas.
Gigabyte (GB), mil megabytes ou 1 bilhão de bytes (ou 109). Exemplo: a Quinta Sinfonia de Beethoven.
Terabyte (TB), mil gigabytes, ou 1 trilhão de bytes (ou 1012). Exemplo: todos os raios X de um grande hospital, como o Hospital das Clínicas.
Petabyte (PB), mil terabytes, ou 1 quatrilhão de bytes (ou 1015). Exemplo: metade do conteúdo de todas as bibliotecas acadêmicas dos EUA.
Exabyte (EB), mil petabytes ou 1 quintilhão de bytes (ou 1018). Exemplo: cinco exabytes equivaleriam à totalidade das palavras já pronunciadas pela humanidade.
Zettabyte (ZB), mil exabytes, ou 1 sextilhão de bytes (ou 1021). Exemplo: informação equivalente ao total de grãos de areia existentes em todas as praias do mundo.
Yottabyte (YB), mil zettabytes, ou 1 setilhão de bytes (ou 1024). Exemplo: o total de informação equivalente ao número de átomos contidos no corpo de 7 mil pessoas.
Googolbyte, um número de bytes equivalente a 10100. Diante de um número tão grande, poderíamos dizer que um googolbyte equivaleria a todos os átomos contidos na Via Láctea.
Quando nos referimos apenas à velocidade com que a informação flui num meio de transmissão, utilizamos múltiplos de bits e não de bytes. Assim, o download de minha internet já alcança a média de 20 Megabits (Mbps) por segundo.
Nos telefones celulares de terceira geração (3G), essa velocidade de transmissão de dados pode chegar a 2,4 megabits (Mb) por segundo. Na 4G poderá chegar a 100 Mbps. Nas redes de dados de fibras ópticas mais rápidas, a velocidade pode atingir algo tão fantástico quanto 800 gigabits (Gb) por segundo, por fibra. No início da década passada, já existiam cabos submarinos de fibras ópticas cruzando o Atlântico Norte, com capacidade total de 3,2 terabits/segundo (ou seja, quatro fibras de 800 gigabits/seg).
O mundo está ingressando na era das redes capazes de transmitir terabits (Tb) por segundo. Nesse novo cenário, não precisaremos fazer o download da maioria da informação – seja texto, música ou vídeo. Entraremos diretamente naquela que é chamada de streaming media, ou seja, a corrente ininterrupta ou contínua de mídia, graças às tecnologias de compressão e transmissão, fluindo sem interrupção e permitindo o acesso aleatório a dados, textos, áudio, música, gráficos, vídeo ou imagens. Essa corrente abrange hoje apenas dez por cento do que temos na internet. Num futuro mais remoto, por volta de 2025, as redes alcançarão o patamar de petabits ou exabits e terão capacidade de transmitir quantidades fantásticas, quase impensáveis, como a de todo o conteúdo da nova internet, em apenas um segundo.
Ethevaldo Siqueira