Eu não só os conheci, como convivi com eles e, reparem, sobrevivi.
No final dos anos 70, no decorrer dos 80, e até recentemente, eram intratáveis num debate e mesmo numa simples troca de ideia. Disciplinadamente treinados para atacar. Todos foram desestimulados a ceder espaço para discussões por motivos óbvios. Ausência de argumentos.
A resposta precisa, certamente e de maneira simples, seria encontrada na jugular do questionador.
Como a senha dos japoneses no ataque a Pearl Harbor: Tora! Tora! Tora!
Até recentemente eram facilmente identificados pelo uso indiscriminado de calças jeans (símbolo do capitalismo), camisetas vermelhas com a "discreta" estrela, bolsa a tiracolo e sandálias franciscanas. Além da indefectível agressividade e da barbicha (só para os homens).
Agora vem o perigo:
Os anos no poder, o acesso aos cargos de confiança e a consequente justa e polpuda remuneração, propiciou o gosto pelas grifes, pelos bons vinhos e o pior de todos os males:
Tucanaram!
Acocoraram em cima do muro. Escapam sem agressividade dos questionamentos, com respostas firmes sem sentido. Convencem.
Estão cordatos, gentis e caminham com as mãos estendidas.
É o perfeito cruzamento entre o pernilongo urbano, com toda a sua malícia e resistência orgânica ao detefom, com o pernilongo silvestre, rude, agressivo e suicida. Deu o quê ? Vivacidade e raça.
Sinceramente, hoje me sinto à esquerda dos velhos camaradas.
É pura verdade: A esquerda, no poder, endireita.
Eles estão espalhados entre nós. Você poderá estar recebendo um deles para almoçar hoje.
Não vejo saída. Se perpetuarão no poder.
Pura provocação.
ER