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sábado, 8 de janeiro de 2011

VIVER É PERIGOSO (NOS EUA, MAIS)


Um homem atirou na deputada democrata Gabrielle Giffords e em outras 17 pessoas neste sábado, em um evento político na frente de um supermercado de Tucson, Arizona (EUA). Seis pessoas morreram, incluindo uma menina de nove anos e o juiz federal John Roll.

Blog: Num domingo frio pela manhã, o zelador saiu caminhando pelas proximidades de um hotel em Dallas. Escutou hinos e caminhou em direção a uma Igreja, onde com certeza, se realizava um culto dominical.
Muitos carros  estavam estacionados. Grandes caminhonetes. Observei na cabine de diversos  veículos um local especial, à vista, onde estavam alojados rifles, tipo winchester. 
Depois fiquei sabendo que é legal e comum.
Em tempo: acabei não entrando na igreja.

ER   

DIA DE REIS

Nunca gostei do chamado "Dia de Reis". É um dia triste. Dia de começar a desmontar a árvore de Natal. Os enfeites nunca mais serão os mesmos e o pior, não cabem mais nas embalagens originais. Sempre sobra alguma estrela, uma vela ou um pequeno Papai Noel.
Difícil é guardar tudo de novo na parte mais inacessível dos armários.
Também partiram, não sei para onde, há uma semana, o espírito de natal e o de feliz ano novo.
Pessoas que se abraçaram efusivamente, alguns até trocaram presentes, pouco se cumprimentam. É a luta do dia-a-dia. Contribuem para o baixo astral, as melancólicas  "músicas de reis".
Me lembrei de um mês de agosto do início dos anos noventa.
Crise sem precedentes no comércio. Lojas e mais lojas encerrando suas atividades.
Reunião de emergência do empresariado local. Fui convidado e ouvi pacientemente a choradeira geral.
Aliás, não existe nada mais chorão do que lojista (ou melhor, creio que existe um cidadão). Todos tiveram oportunidade de expressar sobre as suas dificuldades.
Sugestões sobre providências? Nenhuma criativa.
Foi quando um gênio presente (nosso conhecido) apresentou a seguinte e brilhante proposta:
- Vamos antecipar o Natal em Itajubá para outubro. Por que só em dezembro? Presentes para as crianças, amigos secretos, antecipação do 13º, vai sair até no "jornal nacional".

Todos atônitos, olhavam para o teto imaginando o magnífico som das registradoras.
Um pequeno lojista se manifestou:
- E quando chegar o Natal de verdade? Ficaremos às moscas?
O gênio já tinha a resposta na ponta da língua: 
- Mas claro que não! Puxaremos o cCrnaval para o final do ano e o dia da mães para fevereiro.
Resumindo: por poucos votos a criativa sugestão não foi aprovada.

ER 

SOBRE POLÍTICA

Trecho de entrevista concedida pelo filósofo e coordenador do Núcleo Direito e Democracia, do Centro Brasileiro de Planejamento e Análise (Cebrap), Marcos Nobre, paulistano de 45 anos, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doc na Universidade de Frankfurt, Alemanha. (publicada no OESP)

O que é exatamente o peemedebismo?

É uma cultura política que tem como características estar no poder – igualar sobrevivência política com adesão a quem estiver no governo – e não ter consistência ideológica, um discurso completamente anódino, que qualquer um pode subscrever. É um sistema de gerenciamento de interesses no qual, como ninguém formula nada muito precisamente, todo mundo pode entrar. Fazer política dentro do peemedebismo significa receber direito de veto sobre algumas questões: a bancada evangélica pode vetar qualquer coisa que diga respeito à religião; a ruralista, questões relativas à terra; e assim por diante.

Essa cultura do peemedebismo vai além do partido PMDB?

O PMDB é como se fosse a ponta do iceberg do peemedebismo. Este é um fenômeno de longo prazo, que vai além da agremiação partidária. Para mim, por exemplo, Aécio Neves é uma das maiores expressões do peemedebismo. O que ele tem para dizer? Nada. Seu discurso é anódino e ele nunca tem uma posição contra alguma coisa. Por isso é fácil imaginar que se o PSDB não deixá-lo se candidatar à Presidência, Aécio vai procurar outra opção partidária.

Como se explica a permanência de Sarney na presidência do Senado, apesar dos protestos da sociedade e da imprensa?

Sarney é o símbolo do peemedebismo: tem doutorado, livre-docência e titularidade sobre seu funcionamento. E esse predomínio do peemedebismo pode levar a um fechamento do sistema político para a sociedade. Veja a sucessão de crises e seus efeitos cada vez menores: primeiro Collor é derrubado por impeachment, depois ACM e Jader Barbalho são obrigados a renunciar, então Renan Calheiros deixa a presidência do Senado, mas não renuncia e, por fim, Sarney nem sai da presidência nem renuncia. A gente pode gritar quanto quiser porque o sistema está começando a se fechar em si mesmo, está em divórcio muito grave com a sociedade. O que esse sistema político diz? “Enquanto estivermos nesta bonança econômica podemos dar uma banana para a relação com a sociedade.” Agora, uma coisa é fazer isso com um líder popular como Lula mediando as demandas. Outra é com Dilma.

O peemedebismo pode ser superado?

Não por acaso, Lula saiu do poder dizendo que sua prioridade é juntar lideranças para propor a reforma política. O ex-presidente não é a pessoa mais indicada para encaminhá-la, mas ela é necessária. Temos de produzir um sistema político que permita a polarização, no qual quem governa não seja engolido pela peemedebização. Para isso, não há receita, mas é preciso que o debate – da cláusula de barreira ao financiamento de campanha, por exemplo – seja pautado por esse objetivo. Senão, vamos continuar em uma democracia que patina, discute assuntos tópicos de maneira acalorada, mas não avança em reforma alguma nem desenvolve sua cultura democrática.

OESP

HOTEL CHELSEA

Tem acontecido no "viver é perigoso" e é muito legal. O comentário é mais rico que a postagem. Este é um caso. Leiam sobre o Hotel Chelsea, onde morou Patti Smith. Enviado por Walter Bianchi. 

"Que hotel no mundo pode se orgulhar de ter acolhido grandes artistas, músicos, pensadores, atores e escritores tão conhecidos na história?
Qual hotel no mundo tem mais músicas dedicadas a si, do que musas lindas e inspiradoras?
A resposta é só uma: Hotel Chelsea em New York. O hotel que se tornou um ícone da cidade é um grande ponto turístico nos dias de hoje. Fica localizado na 222 West 23rd Street, entre a sétima e oitava avenida, no Chelsea (um bairro na região de Manhattan).
O hotel foi e tem sido a casa de muitos escritores, músicos, artistas e atores,- Tennessee Williams, Arthur Miller, Sam Shepard, Janis Joplin, Patti Smith, Al Pacino, Drew Barrymore, Bob Dylan, Virgil Thomson, Charles Bukowski, Patti Smith, Leonard Cohen, Robert Mapplethorpe e Larry Rivers, apenas para mencionar alguns....
Arthur Miller viveu ali com Marilyn Monroe, Bob Dylan escreveu canções nos quartos do Chelsea, tal como Leonard Cohen.
Construído em 1883,o hotel foi cenário do filme Chelsea Girls, de Andy Warhol, e palco de histórias loucas, festas selvagens e episódios dramáticos, como suicídios, álcool, drogas e assassinatos."
Vale a pena visitar...
Walter Bianchi

Blog: Wartão,
A Patti Smith morou com o Mapplethorpe no apartamento 1017 (um quartinho), pagando US$ 55 por semana. Tempos depois, conseguiram mudar para o apartamento 204, um pouco maior. Foi no apartamento ao lado que Dylan Thomas escreveu suas últimas palavras.

ER



FRASE ABOBRINHA DO DIA

"O governo faz muito bem em proteger os banqueiros. Quando um banqueiro ganha mais 100 milhões, automaticamente, pelas estatísticas, todo o nordestino aumenta o seu per capita."

Millor

LIVRO PRESENTE DE AMIGO


PATTI SMITH - SÓ GAROTOS

Ganhei da Rack. Companhia das Letras. Um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Segundo a crítica do NYT, é  o retrato mais fascinante e divertido da descolada-mas-chique Nova York do final dos anos 60 e começo dos 70.
Não achei divertido. Achei empolgante e triste.
"Sempre sonhei escrever um livro", disse Patti Smith na entrega de um prémio de literatura. A rainha do punk foi distinguida com o National Book Award na área de não-ficção com "Just Kids", a história da sua relação de amizade com o artista Robert Mapplethorpe e um retrato da vida boemia em NYC nos anos 60 e 70.
Aos 20 anos, sem dinheiro e sem nada, Patti se mandou para NYC com o desejo de ser artista. Morou na rua e passou fome. Encontrou o jovem Robert Mapplethorp nas mesmas condições.
Viveram juntos no famoso Hotel Chelsea, ponto de encontro da chamada contracultura.  Trata-se de um mundo que a nossa geração acompanhou de longe, quase sempre com informações distorcidas. 
Patti está com 63 anos e Mapplethorp morreu de AIDS em 1989.
É um retrato de uma época conturbada e criativa.
Leia.

ER 


SEM BRIGAS