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sábado, 31 de dezembro de 2011

QUEM PODE JULGAR O JUIZ ?

Escreveu o Nelson Motta

Quando se fala desse assunto deve-se pesar muito bem cada palavra. Basta algum juiz de qualquer lugar achar que há algo de errado, ofensivo ou calunioso nelas, e você pode ser processado. E pior, o processo vai ser julgado por um colega do ofendido. Com raras exceções, jornalistas processados por supostas ofensas a juízes são sempre condenados por seus pares.
Sim, a maioria absoluta dos juízes é de homens e mulheres de bem, mas eu deveria consultar meu advogado antes de dizer isto: o corporativismo do Judiciário no Brasil desequilibra um dos pilares que sustentam o Estado democrático de direito. Basta ver os salários, privilégios e imunidades.
A brava ministra faxineira-chefe Eliana Calmon está sob fogo cerrado da corporação por defender os poderes constitucionais do Conselho Nacional de Justiça e chamar alguns juízes de “bandidos de toga”. Embora não exista melhor definição para Lalau e outros togados que aviltam a classe.
Como um sindicato de juízes, a Ajufe está indignada porque a ministra Eliana é contra os dois meses de férias que a categoria tem por ano, quando o resto dos brasileiros tem só um (menos os parlamentares, que têm quatro). Se os juízes ficam muito estressados e precisam de dois meses “para descansar a mente, ler e estudar”, de quantos meses deveriam ser as férias dos médicos? E das enfermeiras? E aí quem cuidaria das doenças dos juízes?
“Será que a ministra diz isso para agradar a imprensa, falada e escrita? Para agradar o povão?”, questiona a Ajufe. Como não é candidata a nada, as posições da ministra têm o apoio da imprensa e do público porque são éticas, republicanas e democráticas. Porque o povão, e a elite, julgam que são justas.
Meu avô foi ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado pelo presidente JK em 1958, julgou durante 15 anos, viveu e morreu modestamente, entre pilhas de processos. Suas únicas regalias eram o apartamento funcional em Brasília e o carro oficial. Não sei se foi melhor ou pior juiz por isto, mas sempre foi para mim um exemplo da austeridade e da autoridade que se espera dos que decidem vidas e destinos.

Nelson Motta

5 comentários:

Aldo disse...

Fui, com meus pais, amigo do grande juiz Dr. Levenhagen, que fundou a Faculdade de Direito de Varginha, escreveu livros que foram a bússola dos estudantes e profissionais por muitos anos. Deixou filhos desembargadores, ministro federal do trabalho ( atual, um dos, do TST), netos advogados... Foi uma pessoa simples, que sabia julgar com justiça e humanidade, um verdadeiro Salomão. E teve uma vida com dificuldades financeiras, uma vida modesta, uma vida humilde. Mas sempre foi motivo de orgulho para nós sermos amigos dele.
Hoje...

Anônimo disse...

Esta gente do JUDICIARIO é mais nojenta de todos!
São umas raposas vestidas de cordeiro e escondidas atras daquelas malditas capas pretas......JUSTIÇA esta sendo feita agora e o que precisa mesmo é a policia federal em cima deles.

Anônimo disse...

O dia em que os juízes forem amaldiçoados como são os políticos, então, estaremos ferrados.
Pois começarão a julgar fazendo média e não justiça.
Vamos agrada-los com sorrisos e afagos, pois mesmo não os apreciando, é melhor a justiça " cega" , que decisões hipócritas.

Povo.

Anônimo disse...

Não concordo, POVO, um dia isso tudo tem que acabar, a HIPOCRISIA é muito GRANDE!

Anônimo disse...

Se houvesse justiça entre os homens, Jesus teria morrido em vão.

K.......