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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ESCUTATÓRIA - 2

Post do Walter Bianchi

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande mestre com o objetivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta. Quando o príncipe retornou ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir. Então disse o príncipe: "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, 2so alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..." E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando: "Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..." Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu destinguir nada de novo além daquilo que havia dito ao mestre. Porém, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou: "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..." E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter certeza de que estava no caminho certo. Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir. Paciente e respeitosamente o príncipe disse: "Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da noite... O mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse: "Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender as reais necessidades de cada um". A morte do espírito começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai no interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado mais importante do ser humano...
Autor Desconhecido

Post do Walter Bianchi

2 comentários:

Roberto Lamoglia disse...

PREZADO WALTER,

TENHA CERTEZA QUE, EM DETERMINADOS

MOMENTOS,O QUE MAIS NOS INCOMODA

È O " BARULHO DO SILÊNCIO "...

Roberto Lamoglia





























" O BARULHO DO SILÊNCIO "

Anônimo disse...

Walter,profundo o texto. Parabéns!
Na vida, esquecemos de ser calmos, ser nós mesmos.
Sempre que prestamos atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, saímos da prisão do pensamento e de certa forma entramos em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe.

Prestar atenção numa pedra, numa árvore, num animal não é pensar nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele.
Então, algo da essência desse elemento da natureza se transmite a nós. Sentir a calma desse elemento faz com que a mesma calma desponte no nosso interior. Ao nos darmos conta disso, somos transportados para um lugar de repouso no fundo do nosso ser.
O "Escutar" no silêncio nos conduz a uma nova consciência e a um profundo entendimento da vida e de nós mesmos.

Um abraço
Mahbet1